Publicado em 1 de outubro de 2025 às 11:54
Concursos públicos de diversas cidades do Sul do país teriam sido alvo de um esquema de manipulação de resultados, segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina. Na manhã desta quarta-feira (1º), uma força-tarefa composta por Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar deflagrou a 2ª fase da Operação Electus e a Operação Papel Marcado, que miram fraudes em certames no Oeste catarinense e no Sudoeste do Paraná.>
A ofensiva alcançou dez municípios, entre eles Palmitos, Campo Erê, Saltinho, União do Oeste, Santa Terezinha do Progresso, São Bernardino, Entre Rios, São Ludgero, Jardinópolis e Marmeleiro (PR). Foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, além de um de prisão em Palmitos. O Judiciário ainda determinou a suspensão de oito servidores públicos e a paralisação da empresa investigada.>
Segundo o Ministério Público, o esquema consistia no direcionamento de concursos e manipulação de gabaritos, o que beneficiava candidatos previamente escolhidos. Há indícios do envolvimento de funcionários municipais e da própria organizadora das provas. Para os investigadores, a prática feriu diretamente a isonomia entre os participantes e comprometeu a credibilidade dos processos seletivos.>
A operação mobilizou 137 agentes e 40 viaturas, além de seis promotores de Justiça. O trabalho também contou com o apoio do Gaeco do Paraná, da Polícia Científica de Santa Catarina, responsável por preservar a cadeia de custódia das provas apreendidas, e com suporte aéreo do Saerfron.>
As apurações tiveram início em junho deste ano, quando a primeira fase da Operação Electus foi realizada em Palmitos e São Bernardino. O nome “Electus”, em latim, significa “escolhido” ou “eleito”, em referência aos candidatos beneficiados nas fraudes. Já a Operação Papel Marcado faz alusão à manipulação de gabaritos previamente assinalados para garantir a aprovação de determinados concorrentes.>