Publicado em 3 de julho de 2025 às 08:00
Um esquema criminoso que unia integrantes do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentou mais de R$ 250 milhões em atividades ilícitas nos últimos anos, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A estrutura, descrita como um “consórcio do crime”, é alvo da Operação Bella Ciao, deflagrada nesta quinta-feira (3) pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).>
De acordo com as investigações, a rede interestadual atuava na lavagem de dinheiro e na logística para o tráfico de drogas e armas. A estrutura incluía empresas de fachada, contas bancárias em nome de laranjas e o uso de eventos comunitários para injetar recursos ilícitos no sistema financeiro formal.>
Com atuação nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul, o grupo também mantinha conexões na fronteira com o Paraguai. Era responsável por abastecer comunidades dominadas pelo CV no Rio, como o Complexo do Alemão, e ao mesmo tempo garantir o fluxo financeiro que sustentava as operações das duas facções.>
Prisões e ligações com o “Professor”>
Durante a operação, duas pessoas foram presas. Uma delas, detida em Taubaté (SP), é apontada como ligação entre o traficante Phillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor” e morto em junho, e fornecedores de armas no Centro-Oeste. Trata-se de Ana Lucia Ferreira, ex-mulher de um dos chefes do PCC que atuava na fronteira do Brasil com o Paraguai.>
O outro preso foi Gustavo Miranda de Jesus, acusado de operar o braço financeiro do Comando Vermelho. Ele organizava festas em comunidades do Rio de Janeiro para maquiar receitas do tráfico como se fossem provenientes de atividades legais — uma das estratégias mais usadas pelo grupo para driblar os mecanismos de controle bancário.>
Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão com o objetivo de aprofundar a identificação de outros integrantes da rede criminosa.>
Com informações do Metrópoles >