Publicado em 30 de julho de 2025 às 11:46
A Justiça do Rio de Janeiro aceitou uma denúncia do Ministério Público (MPRJ) e tornou o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, e seu amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira réus por tentativa de homicídio qualificado contra policiais civis.>
A decisão é da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, e está relacionada à confusão ocorrida em 21 de junho, quando Oruam e outros homens tentaram impedir uma operação da polícia no Complexo da Penha. Na ocasião, os agentes cumpriam um mandado de busca e apreensão contra um adolescente suspeito de tráfico e roubo.>
Segundo a denúncia, após a apreensão do menor, Oruam, Willyam e outras pessoas teriam arremessado pedras, algumas pesando até 4,8 kg, contra os policiais, de uma altura de cerca de 4,5 metros, da varanda da casa do rapper. Um policial foi atingido nas costas, e outro precisou se esconder atrás da viatura para se proteger. Para o MPRJ, os acusados agiram com dolo eventual, ou seja, assumiram o risco de matar.>
A Promotoria também citou publicações feitas por Oruam nas redes sociais, incitando a violência contra os agentes e desafiando a presença da polícia na região. Os promotores classificam os atos como motivo torpe, meio cruel e direcionados a agentes em serviço, o que pode enquadrar o caso na Lei dos Crimes Hediondos.>
Com a nova acusação, Oruam passa a responder por oito crimes. Ele já havia sido preso preventivamente por outros sete: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.>
O que diz a defesa>
A defesa de Oruam nega que ele tenha tentado matar os policiais e afirma que os fatos serão esclarecidos durante o processo. Os advogados destacam que a perícia da lesão sofrida por um dos agentes concluiu que não houve risco de morte, e questionam a abertura de um novo inquérito baseado em uma ocorrência anterior.>
Em nota, a assessoria do rapper afirmou que ele agiu “em legítima defesa” após ser agredido durante a operação. Segundo a versão apresentada, ele teria sido alvo de ameaças, socos, chutes e empurrões, além de ter a casa revirada por policiais usando carros descaracterizados, sem mandado judicial válido.>
A defesa também acusa a operação de abusos e violações legais, argumentando que Oruam é vítima de uma tentativa de criminalização injusta. O rapper se entregou voluntariamente à polícia no dia seguinte aos fatos.>
Com informações do G1>