Publicado em 19 de setembro de 2025 às 17:24
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta semana que não participará da Assembleia Geral da ONU e de outros compromissos oficiais nos Estados Unidos. A decisão foi tomada, segundo ele, devido a restrições impostas pelo governo americano, que limitariam sua circulação entre cidades e inviabilizariam parte da agenda.>
Padilha classificou as medidas como “inaceitáveis” e uma “afronta” ao cargo que ocupa.>
“Inaceitáveis as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar de todas as atividades para as quais o país é convidado”, afirmou, em entrevista ao programa Estúdio i.>
O ministro destacou que não se trata de uma restrição pessoal, mas dirigida à representação oficial do Brasil. Ele ressaltou que, caso viajasse, não poderia comparecer a encontros cruciais, como a reunião da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington, além de reuniões bilaterais realizadas fora da estrutura da ONU.>
Na última terça-feira (16), Padilha informou que recebeu o visto para entrar nos Estados Unidos, mas reforçou que as limitações de deslocamento permaneciam:>
“São dois momentos importantes: a Assembleia Geral da ONU e a Assembleia da Opas. Mas a proibição de me deslocar de Nova York a Washington inviabiliza a presença do ministro da Saúde do Brasil nessas atividades”, disse.>
Padilha pretendia usar a reunião da Opas para anunciar um reforço financeiro do Brasil ao fundo estratégico da organização, que financia a compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços reduzidos para países das Américas. Além disso, estava previsto que ele participasse de encontros como presidente da parceria dos Brics na área da saúde e de reuniões do G20 e do Mercosul — agendas que, em geral, acontecem em embaixadas e espaços fora do perímetro da ONU.>
Visitas a hospitais e conversas com representantes da indústria americana interessada em investir no Brasil também tiveram de ser canceladas.>
Em reação, o ministro disse ter enviado uma “nota dura” à Opas, criticando a postura dos Estados Unidos. No documento, destacou que o espírito de cooperação internacional “não sucumbirá à sombra de obscurantismo e negacionismo que paira sobre o país atualmente”.>
Padilha afirmou ainda que a decisão americana não intimidará o Brasil:>
“Eles podem até impedir a presença do ministro, mas não vão impedir a defesa da ciência, da vacina e dos investimentos em saúde. Nossa ação internacional vai continuar, e o Brasil vai atrair cada vez mais recursos para fortalecer sua produção de vacinas e tecnologia”.>
Com informações do G1>