Padre é acusado de invadir cerimônia de matriz africana e cometer injúria racial

Líder religioso afirma ter sido chamado de “macaco nojento”; esposa que filmava a cena relata agressão. Caso é investigado pela Polícia Civil.

Publicado em 16 de novembro de 2025 às 12:08

Caso aconteceu no dia de Finados - 
Caso aconteceu no dia de Finados -  Crédito: Reprodução 

Um padre foi acusado de invadir uma cerimônia de matriz africana e cometer injúria racial contra o líder religioso Leandro Oliveira Rocha, de 44 anos, durante celebrações do Dia de Finados, em 2 de novembro, no Cemitério Morada da Grande Planície, em Praia Grande, litoral de São Paulo. O caso foi registrado no 2º Distrito Policial da cidade e está sob investigação da Polícia Civil.

Segundo o boletim de ocorrência, Leandro conduzia a celebração, marcada para as 14h, quando o padre — que iniciaria sua missa às 16h — teria interrompido o ritual e chamado o sacerdote de matriz africana de “macaco nojento”. A comunidade reagiu imediatamente, pedindo respeito e afirmando que ele não poderia invadir o ato religioso.

A esposa de Leandro, de 33 anos, começou a registrar a cena com o celular, mas relatou ter sido agredida pelo pároco, que teria batido em sua mão, fazendo o aparelho cair. As imagens mostram fiéis pedindo que o padre aguardasse o término da cerimônia.

A Polícia Militar foi acionada, mas informou que não poderia levar os envolvidos à delegacia naquele momento porque o padre teria que iniciar a missa em seguida.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o caso foi registrado como ultraje a culto, perturbação de ato religioso e injúria qualificada por motivação racial. De acordo com a pasta, diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.