Pai de Juliana Marins diz que guia a deixou sozinha para fumar antes da queda no Monte Rinjani

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, ele detalhou o que teria acontecido no momento do acidente.

Publicado em 30 de junho de 2025 às 09:41

Manoel Marins e Juliana Marins
Manoel Marins e Juliana Marins Crédito: Reprodução 

Manoel Marins, pai da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, acusa a administração do parque e o guia turístico de negligência. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, ele detalhou o que teria acontecido no momento do acidente.

Guia se afastou para fumar

Segundo o relato do pai, o guia responsável pelo grupo se afastou de Juliana por cinco a dez minutos para fumar. Antes disso, ele teria sugerido que a jovem descansasse, pois aparentava estar cansada. Quando voltou, já não conseguia mais vê-la.

“O guia contou que mandou ela sentar e foi fumar. Quando voltou, Juliana tinha sumido. Eles perderam o contato por cerca de duas horas”, contou Manoel.

Tentativa frustrada de resgate

De acordo com o pai da vítima, mesmo após a queda, Juliana ainda dava sinais de vida. Por volta das 6h da manhã, a luz do capacete que ela usava ainda era visível. Em desespero, a equipe teria lançado uma corda em sua direção, mas sem sucesso. O próprio guia tentou descer até a jovem usando a mesma corda, que, segundo Manoel, não estava ancorada, mas não conseguiu alcançá-la.

Acusações de negligência

Marins responsabiliza diretamente o guia e a administração do parque pela tragédia. Ele afirma que o passeio foi vendido como uma trilha fácil, sem a devida orientação sobre os riscos do percurso. “Os culpados, no meu entendimento, são o guia, que deixou Juliana sozinha por 40 ou 50 minutos; a empresa que vende os passeios, por tratar como se fosse uma trilha simples; e, principalmente, o coordenador do parque, que demorou para acionar a Defesa Civil”, disse.

Acidentes recorrentes

A tragédia envolvendo Juliana não foi um caso isolado. No dia seguinte ao acidente, um turista da Malásia também caiu na mesma trilha. Ele sobreviveu, mas sofreu uma fratura na bacia e precisou ser resgatado.

Voluntários pedem desculpas

O corpo de Juliana foi resgatado por voluntários após mais de dez horas de operação. Segundo Abdul Haris Agam, um dos responsáveis pela missão, a equipe fez o possível, mas enfrentou um terreno muito perigoso. Ele pediu desculpas à família por não conseguir retirá-la com vida. Outro voluntário envolvido na operação precisou de atendimento médico após o resgate.

Juliana era natural do Espírito Santo e estava em viagem pela Ásia. A morte comoveu o país e levantou questionamentos sobre a segurança dos roteiros turísticos no Monte Rinjani.

Com informações do UOL