Publicado em 5 de novembro de 2025 às 10:20
Uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Piauí (PC-PI) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Piauí (MPPI) revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro operado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo as apurações, a facção movimentou cerca de R$ 5 bilhões por meio de 49 postos de combustíveis distribuídos nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins.
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Os estabelecimentos foram bloqueados judicialmente na manhã desta quarta-feira (05), durante a Operação Carbono Oculto 86, que também cumpre 17 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo a capital paulista, considerada o centro das transações financeiras do grupo.>
De acordo com os investigadores, o dinheiro sujo circulava por empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs utilizadas para ocultar a origem ilícita dos recursos e fraudar o mercado de combustíveis. O esquema envolvia uma rede de empresários e operadores financeiros que atuavam em diferentes regiões do país, conectando negócios locais ao núcleo financeiro do PCC em São Paulo.>
Os relatórios da operação apontam que apenas as empresas sediadas no Piauí movimentaram R$ 300 milhões em transações consideradas “atípicas”. A análise de dados bancários e fiscais revelou uma movimentação muito acima da capacidade econômica declarada pelos envolvidos, indício de lavagem de capitais em larga escala.>
A Operação Carbono Oculto 86 é um desdobramento de uma ação nacional iniciada pela Receita Federal, o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Militar paulista, que já havia identificado conexões do crime organizado com o setor de combustíveis. A nova fase confirma que o PCC diversificou suas fontes de renda, expandindo o uso de empresas legais para mascarar lucros obtidos com o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.>
Com o avanço das investigações, a expectativa é de que novas fases da operação sejam deflagradas nos próximos meses, com foco na rastreabilidade dos valores e na identificação de beneficiários ocultos do esquema. As autoridades afirmam que a ofensiva busca não apenas prender os envolvidos, mas desmantelar a estrutura financeira que sustenta uma das maiores organizações criminosas do país.>