Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 10:22
Uma investigação que começou de forma silenciosa, a partir de uma denúncia anônima, levou a Polícia Federal a desencadear, nesta quarta-feira (3), a Operação Monterrey, ação que mira um grupo acusado de cobrar para transportar brasileiros irregularmente até os Estados Unidos. O esquema, segundo os investigadores, operava principalmente em Ipatinga e Santana do Paraíso, no Vale do Aço, e movimentou milhões de reais enquanto enviava pessoas por rotas perigosas que cruzam vários países da América Central.>
Ao todo, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a cinco suspeitos, por ordem da Justiça Federal. A PF também determinou o bloqueio de bens e valores que somam R$ 8,1 milhões, medida que busca impedir que o grupo continue lucrando com o esquema de migração ilegal.>
As apurações apontam que os investigados identificavam moradores interessados em tentar a vida nos EUA e os convenciam a pagar pelo trajeto clandestino. A viagem incluía a passagem por diferentes países até o México, onde os migrantes eram levados para cruzar a fronteira norte-americana sem qualquer autorização legal. Até o momento, ao menos 63 pessoas foram reconhecidas como vítimas da organização.>
De acordo com a PF, o caso não se resume ao transporte irregular. Os responsáveis também são suspeitos de falsificar documentos para facilitar a travessia, além de atuarem em outras frentes criminosas, como usura, porte ilegal de armas e lavagem de dinheiro para dissimular os lucros obtidos.>
Os investigados podem responder por uma série de crimes previstos na legislação brasileira, entre eles promoção de migração ilegal, falsificação de documento público e lavagem de capitais. As investigações continuam para identificar eventuais novos participantes da rede e ampliar o número de vítimas confirmadas.>