Publicado em 24 de setembro de 2025 às 10:54
Promessas de cura, milagres e bênçãos em troca de depósitos via Pix movimentaram mais de R$ 3 milhões em apenas dois anos. Esse foi o resultado revelado pela Operação Blasfêmia, deflagrada nesta quarta-feira (24), pela 76ª DP de Niterói em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro. A investigação aponta que um pastor de São Gonçalo chefiava a estrutura, organizada como uma empresa de telemarketing religioso.>
O esquema funcionava de forma profissional. Atendentes contratados por meio de anúncios em sites de emprego recebiam orientações para se passar pelo líder religioso. Com áudios gravados, prometiam respostas espirituais personalizadas, condicionadas ao valor da transferência. O preço das orações variava entre R$ 20 e R$ 1,5 mil, e os funcionários eram pressionados a cumprir metas de arrecadação, sob risco de demissão.>
A apuração começou em fevereiro, quando policiais flagraram 42 pessoas atuando dentro do call center no momento em que enganavam vítimas em tempo real. Na operação, foram apreendidos 52 celulares, seis notebooks, 149 chips de telefonia e registros que comprovam a dimensão da fraude.>
Para despistar as autoridades, os investigados utilizavam empresas de fachada e contas bancárias em nome de laranjas. A prática garantiu à quadrilha a expansão em escala nacional, atingindo milhares de fiéis.>
O pastor acusado de liderar o grupo e outros 22 integrantes já foram denunciados à Justiça. O religioso cumpre monitoramento por tornozeleira eletrônica. Enquanto isso, a polícia segue mapeando novas vítimas e possíveis cúmplices que podem ter colaborado no esquema.>