Polícia prende sexto suspeito pela execução do ex-delegado Ruy Ferraz

Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, é apontado como um dos articuladores do crime que matou o então secretário de Administração de Praia Grande

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 14:36

Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, é apontado como um dos articuladores do crime que matou o então secretário de Administração de Praia Grande
Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, é apontado como um dos articuladores do crime que matou o então secretário de Administração de Praia Grande Crédito: Divulgação

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (15), o sexto suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros no dia 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

O homem detido é Danilo Pereira Pena, de 36 anos, conhecido como Matemático. Ele foi capturado por agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no bairro do Morumbi, zona sul da capital paulista.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Danilo teria coordenado parte da operação criminosa, determinando que outro integrante transportasse um terceiro envolvido, ambos já presos.

O crime

Ruy Ferraz, que à época ocupava o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, foi morto em uma emboscada armada por criminosos fortemente armados.

As investigações apontam duas linhas principais de motivação:

• vingança de integrantes do crime organizado, devido ao histórico do ex-delegado no combate ao PCC; e

• retaliação ligada a um contrato milionário firmado pela prefeitura.

Quem já foi preso

Além de Danilo “Matemático”, outros cinco suspeitos já haviam sido capturados pela polícia:

• Felipe Avelino da Silva, o Mascherano: teve digitais encontradas em um dos veículos usados no assassinato. É apontado como “disciplina” do Primeiro Comando da Capital (PCC) no ABC Paulista.

• William Silva Marques: dono da casa usada como quartel-general do crime.

• Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar: identificado como um dos atiradores.

• Dahesley Oliveira Pires: teria sido responsável por buscar o fuzil utilizado na ação.

• Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão: acusado de ajudar na fuga de um dos criminosos, sob orientação de Danilo “Matemático”.

Um sétimo envolvido, Umberto Alberto Gomes, apontado como outro possível atirador, morreu em confronto com a polícia no Paraná. Impressões digitais dele foram encontradas em um imóvel em Mongaguá usado pelo grupo antes do crime.

Trajetória de Ruy Ferraz

Com mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes era um dos principais especialistas do país no combate à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ele iniciou a trajetória como delegado titular em Taguaí (interior paulista) e passou por diversas divisões estratégicas, entre elas:

• o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP);

• o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc); e

• o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde comandou a 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos.

Ferraz também dirigiu o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e chegou ao posto máximo da corporação, como Delegado-Geral da Polícia Civil de São Paulo.

Além da carreira policial, foi professor de criminologia e direito processual penal na Universidade Anhanguera e instrutor de investigação policial na Academia da Polícia Civil (Acadepol).

Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande, cargo que ocupava até ser executado.

Alvo do PCC

Ruy Ferraz foi um dos primeiros delegados a investigar o PCC, no início dos anos 2000, quando chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic.

Em 2019, passou a constar em uma lista de alvos da facção, após determinar a transferência de Marcola, líder máximo do grupo, para o sistema penitenciário federal.

Com informações do Metrópoles