Publicado em 29 de maio de 2025 às 19:27
A prisão do cantor MC Poze do Rodo, na madrugada desta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro, gerou uma forte onda de repercussões nas redes sociais. Para muitos na web, o episódio representa mais do que uma ação policial: seria mais um capítulo da criminalização da cultura de favela e da seletividade racial no sistema de justiça brasileiro.>
Após a prisão e o tratamento da polícia com o funkeiro, o debate foi forte nas redes sociais. "MC Poze foi preso hoje por apologia ao crime organizado, mas... E a Virgínia que também faz propaganda para organização criminosa de casa de aposta no Brasil. A Justiça parece ter um lado", escreveu uma internauta.>
Talíria Petrone, líder do PSOL na Câmara dos Deputados, disse que a prisão de Poze reforça a "criminalização da cultura de favela".>
Poze, que foi detido por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), é investigado por apologia ao crime e suposto envolvimento com o tráfico de drogas. A operação ocorreu em sua residência, no Recreio dos Bandeirantes, e, segundo a polícia, estaria ligada ao uso de shows do artista por facções criminosas para arrecadação.>
Nas redes sociais, artistas, influenciadores e ativistas denunciaram o que chamam de “tratamento desigual” por parte das autoridades. A ex-BBB Gleici Damasceno questionou a falta de investigações similares no meio sertanejo, mesmo diante de indícios de crimes semelhantes. Já Diego Zeidan, ex-vice-prefeito de Maricá-RJ, afirmou que a prisão é uma “guerra contra a cultura da favela disfarçada de operação policial”.>
A equipe do cantor também se manifestou oficialmente, classificando a prisão como um exemplo claro de racismo institucional e perseguição à arte periférica. "Poze canta a realidade que viveu. Isso não é apologia ao crime, é sobrevivência", disse a nota publicada em seus perfis oficiais.>