Publicado em 16 de setembro de 2025 às 16:09
Menos de 24 horas após a execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, a cúpula da segurança pública de São Paulo informou que dois suspeitos já foram identificados. O crime aconteceu na noite de segunda-feira (15) no bairro Jardim Mirim, em Praia Grande, litoral sul paulista, em um atentado que envolveu perseguição, capotamento e disparos de fuzil.
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Como aconteceu o crime>
Imagens de câmeras de segurança mostram que os criminosos estacionaram um carro próximo à Prefeitura, onde Ruy trabalhava como secretário de Administração. Cerca de 14 minutos depois, o veículo do ex-delegado passou pelo local e foi atingido por tiros. Ruy tentou escapar, mas acabou batendo o carro em um ônibus e capotando.>
No ataque, outras duas pessoas foram feridas, mas não correm risco de morte.>
Suspeitos identificados>
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, confirmou que dois suspeitos foram identificados. O primeiro já tinha passagens pela polícia, mas não seria um dos atiradores. O segundo foi identificado a partir de vestígios periciados no local do crime. Os pedidos de prisão temporária ainda serão formalizados à Justiça.>
“Temos a identificação e qualificação. É fundamental capturarmos esses suspeitos para avançar na prisão de todos os envolvidos”, disse Derrite.>
Linhas de investigação>
A polícia não descarta nenhuma hipótese sobre os mandantes do crime. Entre as possibilidades estão:>
• Retaliação do PCC, facção que Ruy investigou no início dos anos 2000 e que teve líderes transferidos para presídios federais.>
• Motivações relacionadas ao cargo de secretário em Praia Grande, já que ele poderia ter contrariado interesses locais.>
• Possível envolvimento de agentes públicos, levantado após análise das imagens do atentado, que mostram ação coordenada de quatro criminosos com conhecimento operacional.>
Ao todo, mais de 20 tiros de fuzil foram disparados contra o ex-delegado, que morreu no local.>
Quem era Ruy Ferraz>
Ruy Ferraz teve mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil de São Paulo, com passagens por diversas delegacias e divisões especializadas, incluindo:>
• Delegacia de Roubo a Bancos do DEIC, onde foi o primeiro a investigar o PCC no estado.>
• Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo e Diretor do DECAP.>
• Professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal na Universidade Anhanguera e na Acadepol.>
Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até ser executado. Em 2019, chegou a ser jurado de morte pelo líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.>
A polícia segue mobilizada para capturar todos os envolvidos e investigar os mandantes do crime, sem descartar nenhuma linha de investigação, incluindo ações do crime organizado e possíveis motivações dentro da administração pública.>