Publicado em 22 de junho de 2025 às 09:16
Estadão Conteúdo - Pouco mais de um ano após o maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul, novas enchentes atingem o centro do estado em junho de 2025, pelo terceiro ano consecutivo.>
Segundo o professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rodrigo Paiva, as novas enchentes configuram um evento extremo acima da média, "confirmando o padrão de aumento de chuvas extremas e cheias no RS".>
As chuvas dos últimos dias já afetaram 125 municípios, deixando 6.018 desalojados, segundo divulgou a Defesa Civil do Estado na noite de sábado (21). Um total de 1.332 pessoas estão em abrigos>
Até o momento, três mortes foram confirmadas, além de um ferido e uma pessoa desaparecida.>
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil não informaram se o evento é o segundo ou terceiro maior ocorrido no estado.>
Até agora, vinte municípios decretaram situação de emergência e apenas um, Jaguari, se encontra em calamidade pública.>
De acordo com o boletim da Defesa Civil seis rios se encontram em cota de inundação, a maioria tem tendência de estabilidade ou declínio no momento:>
Uruguai (São Borja a Uruguaiana) - Tendência de lenta elevação>
Ibirapuitã (Alegrete) - Tendência de estabilidade>
Ibicuí (Manoel Viana) - Tendência de lenta elevação>
Jacuí (Cachoeira do Sul até o delta do Jacuí) - Começando o lento declínio em Cachoeira do Sul e lenta elevação a partir de Rio Pardo>
Ilhas da Região Metropolitana - Níveis variando entre estabilidade e declínio.>
Caí (Montenegro) - Tendência de declínio>
Sinos (Campo Bom e São Leopoldo) - Tendência de estabilidade em Campo Bom e lenta elevação em São Leopoldo.>
Menor densidade populacional ameniza impacto>
Embora ainda seja preciso aguardar o fim das chuvas para ter a dimensão total, Paiva estima que o evento atual se aproxima dos ocorridos em setembro e novembro de 2023 em termos de volume de precipitação e abrangência. Mas ocorreram em regiões diferentes e com impactos distintos.>
"(O evento de 2025) foi abrangente espacialmente, mas a chuva foi maior no centro e oeste do estado, onde há menos densidade populacional comparado com a serra, vales e região metropolitana de Porto Alegre", afirma.>
Em 2023, as chuvas foram maiores na bacia do rio Taquari e no nordeste do estado, causando estragos maiores, assim como em 2024.>
Embora tenha causado alagamentos também na serra, nos vales e na região metropolitana de Porto Alegre, a chuva dos últimos dias foi muito maior na região central do estado.>