Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 16:37
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques tentou fugir do país usando documentos paraguaios e um nome falso. Ele foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, quando se preparava para embarcar com destino a El Salvador.>
De acordo com a polícia paraguaia, Silvinei apresentou uma carteira de identidade e um passaporte em nome de Julio Eduardo. Durante a checagem, agentes de imigração perceberam que dados como numeração e impressões digitais não batiam com as informações do passageiro. Confrontado, ele acabou confessando que os documentos não eram seus.>
Antes de deixar o Brasil, Silvinei estava em Santa Catarina, onde rompeu a tornozeleira eletrônica que usava por determinação judicial. Assim que o monitoramento foi interrompido, as autoridades brasileiras emitiram alertas a países vizinhos, incluindo Paraguai, Argentina e Colômbia.>
A expectativa é que Silvinei seja expulso do Paraguai e devolvido ao Brasil pela Ponte da Amizade, que liga Ciudad del Este a Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Até o momento, a polícia não informou data nem horário para a transferência.>
Silvinei Vasques foi condenado neste mês pelo Supremo Tribunal Federal a 24 anos e 6 meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a decisão, ele integrou o chamado núcleo 2 da organização criminosa e atuou para monitorar autoridades e dificultar o voto de eleitores, principalmente no Nordeste, por meio de operações da PRF no segundo turno.>
Antes disso, ele já havia sido condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por uso político da estrutura da PRF durante a campanha eleitoral de 2022. A decisão apontou que Silvinei utilizou símbolos, recursos e a visibilidade da corporação para favorecer a candidatura do então presidente Jair Bolsonaro, o que resultou em multa superior a R$ 500 mil e outras sanções cíveis.>
Silvinei chegou a ser preso em 2023, mas foi solto posteriormente com medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica. Em janeiro de 2025, ele assumiu o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de São José, na Grande Florianópolis, mas pediu exoneração em dezembro, no mesmo dia em que foi condenado pelo STF.>