Soldado que matou cabo do Exército tem prisão convertida em preventiva após audiência no DF

Magistrado do Núcleo de Audiências de Custódia cita gravidade do crime, risco à ordem pública e impacto na hierarquia militar para manter Kelvin Barros preso.

Publicado em 6 de dezembro de 2025 às 20:50

Soldado que matou cabo do Exército tem prisão convertida em preventiva após audiência no DF
Soldado que matou cabo do Exército tem prisão convertida em preventiva após audiência no DF Crédito: Reprodução

A Justiça do Distrito Federal decidiu manter preso o soldado do Exército Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, acusado de matar a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25. A conversão do flagrante em prisão preventiva ocorreu neste sábado (06), durante audiência realizada no Núcleo de Audiências de Custódia (NAC), onde o juiz responsável avaliou que havia “base suficiente” para impedir que o militar respondesse ao processo em liberdade.

De acordo com o magistrado, destacou que os elementos reunidos até o momento, entre eles relatos colhidos no auto de prisão e documentos anexados ao procedimento, comprovam tanto a materialidade do crime quanto a autoria atribuída ao soldado. Para o juiz, a brutalidade do episódio, classificado como feminicídio, exige resposta imediata do sistema de Justiça.

O magistrado lembrou que crimes dessa natureza têm penas superiores a quatro anos, enquadrando-se nos requisitos previstos pelo Código Penal para imposição de prisão preventiva. Ele ressaltou que a violência extrema empregada e o impacto social do caso justificam a medida. “A preservação da ordem pública”, afirmou o juiz, é fator determinante diante do “clamor social” provocado pelo assassinato.

Outro ponto decisivo considerado pela Justiça foi o ambiente onde o crime aconteceu. O fato de o homicídio ter sido cometido por um militar contra outra integrante da mesma instituição acendeu alerta quanto ao risco de abalo na disciplina e na hierarquia do Exército. O juiz observou que a integridade das Forças Armadas depende da manutenção rigorosa desses princípios, o que reforçou a necessidade da custódia preventiva.

A decisão também cita que Kelvin Barros teria adotado ações para dificultar o trabalho dos investigadores, entre elas tentar incendiar o corpo de Maria de Lourdes, o que agravou ainda mais a avaliação judicial sobre sua permanência em liberdade.

Com a conversão da prisão, o soldado seguirá detido enquanto as investigações prosseguem e o Ministério Público reúne elementos para a denúncia. O caso segue sob acompanhamento das autoridades militares e civis.