STF discute mudança de Jair Bolsonaro para unidade especial da PM em Brasília

Ex-presidente pressiona por deixar a sede da Polícia Federal, enquanto aliados defendem transferência para espaço maior e com assistência médica permanente.

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 08:44

Jair Messias Bolsonaro
Jair Messias Bolsonaro Crédito: Agência Brasil

A permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal voltou a ser pauta no Supremo Tribunal Federal. Integrantes da Corte, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, avaliam a possibilidade de transferi-lo para o 19º Batalhão da Polícia Militar, conhecido como Papudinha, onde atualmente também está preso o ex-ministro Anderson Torres.

A discussão ganhou força nos últimos dias, impulsionada por familiares e aliados de Bolsonaro, que já não acreditam na chance de concessão de prisão domiciliar ainda este ano. A defesa argumenta que as condições do espaço onde ele está custodiado, desde 22 de novembro, são inadequadas e colocam a saúde do ex-presidente em risco.

Segundo relatos enviados ao STF, Bolsonaro tem reclamado do confinamento em uma sala de apenas 12 m², do barulho constante de um gerador e da ausência de companhia, fatores que, segundo ele, agravam seu quadro clínico. Outro ponto destacado pela equipe jurídica é a falta de uma estrutura médica imediata para atendê-lo em caso de emergência.

A eventual unidade de destino, por outro lado, oferece condições mais amplas: o Papudinha dispõe de aproximadamente 60 m², conta com equipe médica própria do sistema penitenciário e possui áreas como cozinha, quarto, quintal, lavanderia, além de televisão e ventilador. O local é conhecido por abrigar presos de alto perfil, de José Dirceu a Paulo Maluf, passando por Valdemar Costa Neto e Marcos Valério, o que lhe rendeu o apelido de “Tremembé de Brasília”.

Apesar de considerar a possibilidade da transferência, Moraes condiciona qualquer decisão à nova perícia médica que determinou recentemente. Os advogados de Bolsonaro insistem que ele necessita de intervenção cirúrgica devido a episódios recorrentes de soluços, mas os laudos enviados anteriormente ao STF são antigos, o que motivou a exigência de exames atualizados.

A análise sobre o futuro local de custódia do ex-presidente deve avançar após a apresentação do relatório médico, etapa que o Supremo considera essencial para definir se há, de fato, justificativa técnica para a mudança. Enquanto isso, Bolsonaro segue na sede da PF afirmando enfrentar dificuldades físicas e emocionais no ambiente atual.