Publicado em 8 de abril de 2025 às 22:31
Duas alunas do curso de medicina geraram polêmica ao postar um vídeo no TikTok, que foi removido nesta terça-feira (8), onde discutem o caso da paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, que faleceu devido a insuficiência renal no dia 28 de fevereiro, no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da USP. No vídeo, as jovens, identificadas como Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano, falam sobre os quatro transplantes cardíacos realizados por Vitória, o que é raro no Brasil, já que o país geralmente realiza até dois transplantes do tipo.>
Embora não tenham mencionado o nome da paciente, as estudantes descreveram a situação detalhadamente, fazendo referência aos três transplantes cardíacos de Vitória e aos momentos em que foram realizados – na infância, adolescência e início da maioridade. A postagem, feita em 17 de fevereiro, teve grande repercussão, sendo vista por mais de 212 mil pessoas, o que levou um amigo de Vitória a reconhecer o caso e informar a família, gerando um desdobramento de raiva e indignação. Veja o vídeo:>
O vídeo foi recebido com revolta pela irmã e pela mãe de Vitória, Giovana Chaves dos Santos e Cláudia Aparecida da Rocha Chaves, que decidiram registrar um boletim de ocorrência e acionar o Ministério Público de São Paulo (MPSP), além do Incor. Em nota oficial, o Incor repudiou o comportamento das estudantes, enfatizando que a instituição não divulga informações de pacientes e que está investigando o caso para tomar as devidas providências.>
As estudantes, no vídeo, atribuíram os problemas de saúde de Vitória a uma suposta falha no seguimento do tratamento após os transplantes. No entanto, a família da paciente refutou essa informação, destacando que Vitória sempre se dedicou ao tratamento médico. Cláudia, mãe da jovem, disse que as alegações das estudantes são falsas e afirmou que a filha sempre fez o possível para seguir todas as orientações médicas. A família pede uma retratação pública das alunas.>
Vitória, que sonhava em se tornar médica, havia realizado o Enem em 2019, mas não obteve a pontuação necessária para ingressar na faculdade de medicina. Mesmo enfrentando enormes dificuldades, ela demonstrava um profundo desejo de viver e superar os desafios impostos por sua saúde frágil.>
O caso gerou uma onda de solidariedade para com a família e indignação pela exposição indevida e insensível da história de Vitória, que, além de lutar pela própria vida, tinha como objetivo ajudar os outros, como ela mesma aspirava, ao sonhar em ser médica.>