4 dicas essenciais para a autonomia e a saúde do cão-guia

Veja como melhorar a qualidade de vida do seu companheiro com práticas simples

Publicado em 30 de abril de 2025 às 15:14

Os cães-guia precisam estar em plenas condições físicas e mentais para desempenhar sua função com segurança e eficiência (Imagem: 24K-Production | Shutterstock)
Os cães-guia precisam estar em plenas condições físicas e mentais para desempenhar sua função com segurança e eficiência Crédito: Imagem: 24K-Production | Shutterstock

A presença de um cão-guia na vida de uma pessoa com deficiência vai muito além do simples auxílio na locomoção. Trata-se de uma parceria baseada em confiança, cuidado e independência. Para que essa relação funcione plenamente, é fundamental garantir não apenas o bem-estar do tutor, mas também a autonomia e a saúde do animal.

Celebrado em 30 de abril, o Dia Internacional do Cão-Guia é uma oportunidade importante para valorizar o trabalho essencial desses animais e reforçar a importância dos cuidados necessários ao longo de toda a sua vida. Esses cães passam por um rigoroso processo de socialização e treinamento e precisam estar em plenas condições físicas e mentais para exercer seu papel com segurança, garantindo mais liberdade e qualidade de vida às pessoas com deficiência.

“Tudo começa desde os primeiros meses de vida. Os filhotes são socializados em lares voluntários, onde aprendem a conviver com diferentes ambientes, sons e pessoas. Entre os 12 e 18 meses, eles vão para centros de treinamento especializados”, explica Nayma Picanço, médica-veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera.

Nessa fase, o cão aprende comandos específicos, como desviar de obstáculos, parar em degraus ou guiar o tutor em linha reta. “O processo de treinamento dura de 6 a 12 meses e inclui avaliações rigorosas. Apenas cerca de 30% dos cães iniciados chegam a se tornar guias”, detalha.

Cuidados importantes com o cão-guia

Quanto aos cuidados veterinários com o cão-guia, Nayma Picanço explica que é preciso atenção. “Eles trabalham por anos, então qualquer alteração ortopédica, visual, auditiva ou comportamental pode comprometer seu desempenho e a segurança do tutor”, alerta.

Ela ressalta que o bem-estar físico e emocional do cão deve ser prioridade. “Consultas regulares, manejo sanitário e profilático dos animais, alimentação balanceada, descanso adequado e estímulos positivos são fundamentais para manter a motivação e a eficiência do animal”, afirma.

A médica-veterinária, a seguir, destaca cinco dicas para garantir a autonomia e saúde do cão-guia. Confira!

1. Respeite os períodos de descanso

O cão-guia precisa de tempo livre para brincar e relaxar. Evitar o excesso de trabalho é essencial para prevenir o estresse e o desgaste físico.

2. Mantenha a rotina de exercícios e passeios

Caminhadas regulares ajudam na manutenção da saúde física e estimulam mentalmente o animal. Sempre sob orientação do tutor, esses momentos reforçam a parceria e a obediência.

A alimentação do cão-guia deve considerar seu porte, nível de atividade e idade (Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock)
A alimentação do cão-guia deve considerar seu porte, nível de atividade e idade Crédito: Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock

3. Alimente com ração de qualidade e no horário certo

A nutrição afeta diretamente a disposição e a saúde do animal. A alimentação deve ser adequada ao porte, à idade e ao nível de atividade do cão.

4. Atente-se a sinais de desconforto ou mudança de comportamento

Alterações no comportamento, como relutância em guiar, cansaço excessivo ou irritação , podem indicar problemas de saúde ou desgaste emocional.

Conscientização social

Além do respeito e cuidado no dia a dia, Nayma Picanço lembra da importância da conscientização social. “As pessoas precisam entender que o cão-guia está trabalhando. Respeitar seu espaço e o do tutor é uma forma de inclusão e empatia”, explica a médica-veterinária, que ressalta: “Jamais acaricie ou ofereça petiscos a um cão-guia em serviço. Ele está concentrado e qualquer distração pode gerar riscos ao tutor”.

Por Camila Souza Crepaldi