Publicado em 28 de agosto de 2025 às 11:40
Cães com focinho achatado, como pug, buldogue francês, shih tzu e boston terrier, são conhecidos como braquicefálicos. Essa característica física, que dá a eles uma aparência única, é resultado do encurtamento dos ossos do crânio, principalmente na região do focinho. Apesar de serem muito populares por seu temperamento dócil e aparência carismática, esses cachorros enfrentam desafios importantes em relação à saúde. >
A anatomia braquicefálica pode provocar dificuldades respiratórias, problemas oculares, dermatológicos e sensibilidade ao calor. Por isso, é essencial que os tutores conheçam os cuidados específicos que essas raças exigem no dia a dia. Veja a seguir! >
Devido ao formato encurtado das vias respiratórias, os cães braquicefálicos têm dificuldade para regular a temperatura corporal por meio da respiração, o que os torna altamente vulneráveis ao calor. Em dias quentes, podem sofrer com falta de ar, exaustão e até quadros graves de hipertermia. O ideal é mantê-los em ambientes arejados, com sombra e ventilação, e evitar passeios entre 10h e 16h. Sempre ofereça água fresca e, se possível, um tapete gelado ou toalhas úmidas para ajudar na refrigeração. >
O sobrepeso é ainda mais prejudicial para cachorros braquicefálicos, pois aumenta a pressão sobre as vias respiratórias já comprometidas e favorece problemas cardíacos e articulares. Por isso, deve-se oferecer uma alimentação balanceada, evitar petiscos calóricos e seguir orientações veterinárias sobre a quantidade ideal de ração. Além disso, atividades físicas moderadas e regulares ajudam a manter o cão saudável e com o peso adequado. >
A respiração ruidosa, roncos constantes, engasgos ou pausas na respiração são sinais de alerta em cães braquicefálicos. Essas manifestações podem indicar obstruções nas vias aéreas, causadas por estruturas internas como o palato mole alongado ou as narinas estreitas — alterações comuns nessas raças. Em casos mais severos, pode ser necessário realizar cirurgia corretiva. O acompanhamento veterinário frequente é essencial para avaliar a necessidade de intervenção e garantir que o cachorro respire com mais conforto. >
As dobras de pele presentes no focinho e ao redor dos olhos acumulam umidade, sujeira e restos de alimentos, criando um ambiente ideal para o surgimento de fungos, bactérias e dermatites. O tutor deve limpar as dobras com pano úmido ou gaze com solução antisséptica apropriada (recomendada pelo veterinário), e depois secar bem a área para evitar a proliferação de microrganismos. A frequência da limpeza pode variar de acordo com o grau de oleosidade da pele e o estilo de vida do cachorro. >
Os olhos dos braquicefálicos são naturalmente mais saltados, o que os torna vulneráveis a lesões, ressecamento e infecções. Poeira, batidas em móveis e até a própria pata do cão ao se coçar podem causar ferimentos na córnea. É importante fazer a higiene ocular com soro fisiológico, utilizar colírios lubrificantes (se recomendados pelo veterinário) e observar sinais como vermelhidão, secreção ou sensibilidade à luz. >
Exercícios muito puxados, como correr longas distâncias, subir escadas rapidamente ou brincar de maneira exagerada, podem levar o cão braquicefálico a quadros de falta de ar, cansaço extremo e até colapso respiratório. O ideal é oferecer atividades leves e supervisionadas, respeitando sempre o ritmo do animal. Caminhadas curtas nos horários mais frescos do dia e brincadeiras calmas dentro de casa são mais adequadas para essas raças. >
Tutores de cachorros braquicefálicos devem manter uma rotina de consultas veterinárias mais frequente do que a média. Exames de rotina ajudam a detectar precocemente alterações respiratórias, cardíacas, oculares e dermatológicas, permitindo um tratamento mais eficaz. O profissional também poderá orientar sobre cuidados específicos, como o uso de suplementos, exames laboratoriais e possíveis intervenções cirúrgicas necessárias ao longo da vida do animal. >