Publicado em 5 de agosto de 2025 às 13:43
A esperança de reencontrar um ente querido desaparecido pode começar por um simples cotonete. É com a coleta de células da mucosa oral, ou, em alguns casos, uma amostra de sangue, que familiares de pessoas desaparecidas podem contribuir com investigações que ocorrem em todo o país. O Pará está entre os estados que participam da edição 2025 da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).>
O lançamento da ação foi realizado nesta terça-feira (5), em Brasília. A mobilização segue até o dia 15 de agosto, mas no Pará a coleta é realizada de forma contínua ao longo do ano.>
A proposta é reunir material genético de parentes próximos – como pais, mães, irmãos ou filhos biológicos – para comparar com perfis armazenados no Banco Nacional de Perfis Genéticos e nos bancos estaduais. O cruzamento de dados pode levar à identificação de pessoas desaparecidas, vivas ou mortas, inclusive em outras regiões do país.>
No Pará, a campanha é conduzida em parceria entre a Delegacia de Pessoas Desaparecidas (DPD) da Polícia Civil e o Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica. Quem quiser participar precisa primeiro registrar um boletim de ocorrência em qualquer unidade da Polícia Civil. Com esse documento, é feito o encaminhamento para a coleta do material biológico na sede da Polícia Científica.>
“A Polícia Civil, junto com a Polícia Científica e outros órgãos de segurança, está unida nesse esforço nacional. Nosso papel é registrar as ocorrências e encaminhar os familiares que se disponibilizam a doar o material biológico”, afirma o delegado Maurício Andrade Teixeira, titular da DPD. Em casos envolvendo crianças ou adolescentes, o registro deve ser feito na Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca).>
A coleta acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, na sede da Polícia Científica. Segundo a perita criminal Elzemar Rodrigues, coordenadora do laboratório, o material é processado e o perfil genético inserido no banco estadual. Caso não haja correspondência local, os dados seguem para análise no banco nacional. Há também a possibilidade de envio para bases internacionais, se houver suspeita de que a pessoa desaparecida esteja fora do Brasil.>
Apesar de o período da campanha ter início e fim definidos, Elzemar reforça que a coleta pode ser feita durante todo o ano.>
A ação nacional já mostrou resultados concretos. Só em 2024, 1.645 amostras foram coletadas e 35 pessoas foram identificadas por meio do cruzamento de dados genéticos. Além disso, o Ministério da Justiça lançou o caderno digital Transformando Números em Histórias, que traz depoimentos de pessoas identificadas na campanha anterior e o impacto dessas descobertas em suas vidas e nas de seus familiares.>
Mais informações sobre locais de coleta e como participar podem ser encontradas no site do MJSP: www.gov.br/mj>