Casal acusado de matar mulher e esconder corpo em barril é condenado em Belém

Segundo relatos de pessoas próximas à vítima, Mateus tinha um relacionamento conturbado com Marciele.

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Silmara Lima

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Publicado em 5 de setembro de 2025 às 10:03

Marciele Lopes Ferreira teve corpo encontrado dentro de um barril em uma empresa de Barcarena.
Marciele Lopes Ferreira teve corpo encontrado dentro de um barril em uma empresa de Barcarena. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O casal acusado de envolvimento na morte de Marciele Lopes Ferreira, de 28 anos, cujo corpo foi encontrado dentro de um barril em uma empresa de Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, passaram por júri popular e foram condenados. Mateus Gonzaga Alencar Mendes e Milena Furtado Santos foram julgados nesta quinta-feira (4), pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Belém.

Mateus foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, com pena fixada em 18 anos e seis meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado e Milena Furtado, já que teve participação de menor importância no crime, recebeu uma pena de 5 anos e 8 meses, em regime semiaberto.

O corpo de Marciele foi localizado no dia 26 de março de 2023, nas dependências do local onde trabalhava há dois meses como agente de portaria. A empresa, de construção civil, fica na Vila do Conde, em Barcarena, Região Metropolitana de Belém.

Mateus e Milena são acusados e respondem por homicídio qualificado com ocultação de cadáver. Segundo relatos de pessoas próximas à vítima, na época do crime, Mateus tinha um relacionamento conturbado com Marciele. Já a relação de Milena com ambos não foi informada.

Familiares disseram que Marciele saiu para o trabalho no dia 25, às 7h, e não voltou mais. No mesmo dia, o marido de Marciele tentou contato por telefone e não conseguiu. Ele foi até o trabalho da mulher, e Mateus, agente de portaria que estava no momento, informou que a funcionária teria saído em busca de atendimento médico porque estava com dor de estômago.

Os parentes decidiram sair em busca e voltaram à empresa. Mateus não permitiu a entrada dos familiares, mas eles permaneceram no local e fizeram buscas em uma mata próxima, onde encontraram vestígios de sangue. "O suspeito estava lá na portaria, como se nada tivesse acontecido, e dizia que não sabia de nada", diz um dos familiares da vítima.

Após outra tentativa, a família conseguiu entrar na empresa. Um dos parentes olhou dentro de um tambor e viu a mão da vítima, que estava com pedras por cima. "Estava em um local discreto para que ninguém desconfiasse, relatou.

Segundo informações do Tribunal de Justiça (TJ), há provas de que os dois acusados buscaram dificultar a investigação criminal, enviando mensagens como se fossem a vítima, e que ainda tentaram vender o celular de Marciele. Eles ainda foram vistos com a moto da vítima na residência, veículo que foi abandonado em um terreno baldio.

No pedido de prisão preventiva dos suspeitos, em 2023, ainda consta que o crime é considerado grave pelo modus operandi, que revela risco à ordem e tranquilidade social, evidenciados pela extrema violência com que foi cometido, deixando rastros de sangue na parede da empresa, local de trabalho da vítima e onde a morte ocorreu, com ocultação de cadáver em um tonel.

Marciele deixou duas filhas, uma de 13 e outra de 6 anos.