Chico Ferreira, mandante dos assassinatos dos irmãos Novelino, é encontrado morto em casa

João Batista Ferreira Bastos, mais conhecido por Chico Ferreira, mandante dos assassinatos dos irmãos Novelino, em abril de 2007, foi encontrado morto no seu apartamento, no bairro do Jurunas, em Belém, na tarde desta terça-feira, 30.

Conforme o advogado de Chico Ferreira, Antonio Tourão, ele cumpria prisão domiciliar e usava tornozeleira eletrônica e já teria tentado tirar a própria vida. "Ele estava sofrendo de uma depressão severa, proveniente de dívidas, e já havia tentado se matar uma outra vez, neste mês de julho, com uso de medicamentos", informou.

Chico Ferreira ficou conhecido no ano de 2007, pelo crime que chocou a sociedade paraense, devido à forma cruel e sanguinária como foi planejado para ser considerado o "crime perfeito”. Conforme o inquérito policial, os assassinatos contaram com ensaio meticulosamente executado para que nada desse errado.

Relembre o caso

Em 25 de abril de 2007, os irmãos Ubiraci e Uraquitã Borges Novelino foram surpreendidos em uma armadilha, planejada pelo empresário João Batista Ferreira Bastos, o Chico Ferreira, conhecido na área social e política da época, em parceria com o radialista Luiz Araújo.

Juntos, Chico Ferreira e Luíz Araújo contrataram o ex-policial Sebastião Cardias Alves e o ex-fuzileiro naval José Augusto Marroquim para executar os irmãos Novelino, por conta de uma dívida no valor de R$ 4 milhões, que os irmãos deviam para Chico.

Conforme as investigações da Polícia Civil, os irmãos Ubiraci e Uraquitã Borges Novelino caíram numa armadilha, arquitetada por Chico Ferreira, dono da empresa Service Brasil. Os empresários foram para uma reunião para negociar a dívida, mas as vítimas foram enganadas. Na ocasião, os irmãos tiveram as mãos presas por algemas, foram amordaçados e encapuzados. Na sequência, as vítimas foram espancadas e estranguladas com mangueiras de borracha dentro da empresa, localizada no bairro de Batista Campos.

Após a morte dos empresários, os corpos foram colocados em tambores metálicos e atirados na baía de Guajará a uma profundidade de 17 metros, atados por correntes de ferro, uma âncora e a um peso de concreto fabricado em Belém. O pai dos irmãos percebeu o sumiço dos filhos e acionou a Polícia Civil. Os executores da morte dos irmãos Novelino foram julgados e condenador a cumprir 80 anos de prisão. A sentença foi divulgada em 2018.

À época, o crime chocou a opinião pública pela crueldade com que foi planejado.