Publicado em 17 de maio de 2025 às 17:25
No dia Internacional de Combate à LGBTFobia o Roma News escutou histórias de quem luta por visibilidade e usa suas vocações para combater a violência e preconceito. Scarrlett e Lucrécia Dana contaram um pouco da de como usam a arte para transformar suas vidas e impactar a sociedade em busca de direitos e reconhecimento.>
Hoje, aos 22 anos, Scarlety se orgulha da trajetória construída como artista drag. Nascida em Ourém, no interior do Pará, ela começou a se montar aos 14 anos, enfrentando preconceitos dentro e fora de casa. Hoje, encara cada apresentação como um ato de resistência e esperança.>
“Todos os dias que eu acordo com disposição para continuar fazendo o que eu faço, é porque eu tenho muita esperança de um Brasil que ainda vai nos enxergar como a gente merece”, afirma. Para ela, a arte drag ainda precisa quebrar muitas barreiras, especialmente longe dos grandes centros, mas a visibilidade conquistada por nomes como Pabllo Vittar e Gloria Groove alimenta a fé em um futuro mais justo.>
Scarlety acredita que o caminho é possível. “A gente vê drag queens em outras cidades conseguindo comprar carro só fazendo show. Ainda é uma realidade distante pra muita gente no Brasil, mas que, aos poucos, tá mudando.”>
Outra voz potente que ecoa das noites de Belém é a de Lucrecia Dana, também de 22 anos. Negra, periférica e orgulhosamente gay, ela carrega no brilho das performances a força de uma vivência marcada por desafios e conquistas.>
“Eu sinto muito orgulho da pessoa que eu sou. Do meu cabelo crespo, da bandeira que eu levo, da arte que eu faço nas ruas. Fazer drag é o que mais me alegra, o que me faz acordar e me deixar feliz”, conta Lucrecia, que atua na cena local há mais de cinco anos.>
Mais que performance: um ato político>
Neste 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, as vozes de Scarlety e Lucrecia reforçam a importância da representatividade e da liberdade de existir. Em um país onde a violência contra pessoas LGBTQIA+ ainda é alarmante, o simples ato de subir ao palco montada se torna político.>
A data marca o dia em que, em 1990, a Organização Mundial da Saúde deixou de classificar a homossexualidade como doença. No Brasil, a luta por direitos e dignidade continua. De acordo com dados de organizações de direitos humanos, o país ainda é um dos que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo.>