Crise dos 3 meses no bebê: especialista explica o que é e quais são os sintomas

A tão falada crise dos três meses são as adaptações que o bebê passa no mundo fora da barriga, e isto se convencionou com o salto do desenvolvimento. Saiba os detalhes e como lidar com a fase.

Publicado em 16 de maio de 2025 às 09:55

(As adaptações ao novo mundo exige muito dos pais, que, provavelmente, terão a rotina mudada por completo. Bem-vindos à crise dos três meses.)
(As adaptações ao novo mundo exige muito dos pais, que, provavelmente, terão a rotina mudada por completo. Bem-vindos à crise dos três meses.) Crédito: Ana Sousa/Arquivo Pessoal

De repente o seu recém-nascido, que era um ser completamente frágil, parece abrir os olhos para o mundo, e isso vem acompanhado de choro, despertares noturnos e uma nova relação com a amamentação. As adaptações ao novo mundo exige muito dos pais, que, provavelmente, terão a rotina mudada por completo. Bem-vindos à crise dos três meses.

Imagina, você estava em um espaço que você não sentia frio, nem calor, você não precisava chorar para se alimentar, então o bebê (e a mãe) passam por adaptações. No primeiro mês o bebê ainda se sente parte da mãe, a comunicação dele é o choro, e a mãe começa a perceber muitas vezes do que se trata aquele choro, nesse período de 0 a 3 meses, o bebê ainda não tem noção de dia e noite e entra nesse período de adaptação. É exatamente neste período que a parte intestinal do bebê começa a maturar.

A médica pediatra e neonatologista em Belém, Tattiana Alvarez, explica que a tão falada crise dos três meses são as adaptações que o bebê passa no mundo fora da barriga, e isto se convencionou com o salto do desenvolvimento. Nesse período é muito importante ter a rotina do sono bem estabelecida para ajudar o bebê com todas essas questões.

A profissional orienta:

No primeiro mês faça o olho no olho;
No segundo mês é importante fazer o tummy time para ele começar a enxergar o mundo, observar, e começar a ter a percepção de que ele é um ser individual.

Tattiana Alvarez, é médica pediatra e neonatologista (especialista em bebês prematuros) e coordena a UTI Neo da Maternidade Saúde da Criança, em Belém.
Tattiana Alvarez, é médica pediatra e neonatologista (especialista em bebês prematuros) e coordena a UTI Neo da Maternidade Saúde da Criança, em Belém. Crédito: Arquivo Pessoal

Ainda dentro dos três meses de vida do bebê, Tattiana Alvarez confirma a questão sobre a visão do bebê. Dentro do primeiro trimestre de vida, o bebê não enxerga as cores.

 "Nos dois primeiros meses, o bebê não enxerga muito as cores, enxerga mais embaçado, ele não consegue focar", explica. A pediatra orienta ainda a conversar com o bebê de 20 a 30 centímetros de distância para que ele consiga ver. Com três meses, essa bebê começa a ver mais nítido o formato das pessoas e coisas.

"É como se tivéssemos que justificar essas mudanças, que são naturais. Em três meses, é como se o bebê percebesse que não é só ele e a mãe, existe um mundo a ser explorado. O que fazer diante de situações desafiadoras? Abrace. Acolha, que vai passar", explica a médica.

Após os três meses é esperado que essa "crise", amenize, pois o bebê já está mais adaptado ao mundo externo.

Vitaminas obrigatórias que um bebê de 0 a 3 meses deve suplementar

A médica pediatra Tattiana Alvarez afirma que as vitaminas obrigatórias desde que o bebê nasce são A e D.

A suplementação com Vitamina A é feita a partir do sétimo dia até os seis meses, e é feita para reduzir a mortalidade por diarreia e questões oculares e infecções.

Já a suplementação com Vitamina D, é feita a partir da primeira semana de vida, para auxiliar na formação óssea, sistema imunológico, neurodesenvolvimento, e prevenção da anemia. Para bebês prematuros ou com imunodeficiência há outras suplementações, como o Ferro.

Ainda de acordo com Tattiana Alvarez, os marcos de desenvolvimento esperados entre 0 a 3 meses são: fixação do olhar, sustentar o pescoço, curiosidade, olhar para o mundo.

Sobre as cólicas

Tattiana Alvarez finaliza explicando que até os três meses o intestino do bebê está se acostumando com o processo de gestão e pode ocasionar desconforto e dor.

"Todo esse desconforto que tem muito choro como consequência são as temidas cólicas e isso melhora com a maturação do intestino, que é ali por volta dos três meses; agora, se as cólicas permanecem, aí é necessário investigar", ressalta.