Custo da cesta básica fica mais barato pelo segundo mês consecutivo, em Belém

Em Belém, cesta básica cai 1,81% em julho e chega a R$ 696,23, mas ainda consome quase metade do salário mínimo.

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 14:40

Custo da cesta básica fica mais barato pelo segundo mês consecutivo, em Belém
Custo da cesta básica fica mais barato pelo segundo mês consecutivo, em Belém Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

O custo da cesta básica de alimentos caiu em 15 das 27 capitais brasileiras em julho, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em Belém, o conjunto de itens essenciais apresentou retração pelo segundo mês consecutivo, fechando o mês em R$ 696,23, o que representa uma queda de 1,81% em relação a junho, quando custava R$ 709,04.

Apesar do recuo, o valor ainda pesa no bolso do trabalhador paraense. O DIEESE estima que, em julho, o custo da cesta representou 49,58% do salário mínimo líquido (R$ 1.518,00), exigindo cerca de 100 horas e 54 minutos de trabalho para sua aquisição. Para uma família de quatro pessoas, o valor estimado dos alimentos básicos ficou em R$ 2.088,69, ou seja, aproximadamente 1,37 salários mínimos apenas com alimentação.

Queda puxada por leite, arroz e café

Entre os 12 produtos que compõem a cesta básica em Belém, 11 tiveram queda de preço em julho. Os destaques foram:

  • Leite (-4,15%)

  • Arroz (-3,81%)

  • Café (-3,35%)

  • Carne bovina (-2,91%)

  • Feijão (-2,15%)

Apenas o pão apresentou aumento, com leve alta de 0,12%.

Acumulado do ano e últimos 12 meses

No acumulado de 2025 (janeiro a julho), o custo da cesta em Belém subiu 4,57%, acima da inflação do período, estimada em 3,30%. O principal responsável pelo avanço foi o café, que já acumula alta de 45,72% neste ano. Tomate (+32,32%) e pão (+8,75%) também registraram elevação significativa.

Já no comparativo dos últimos 12 meses (julho de 2024 a julho de 2025), a cesta básica em Belém subiu 2,03%. Alguns itens se destacaram com fortes aumentos, como o café (+69,83%), o óleo de soja (+24,67%) e a carne bovina (+10,75%). Por outro lado, produtos como arroz (-25,47%), feijão (-14,82%) e tomate (-10,63%) tiveram queda.

Cenário nacional

Entre as capitais, São Paulo apresentou a cesta mais cara em julho (R$ 865,90), enquanto Aracaju registrou o menor valor (R$ 568,52). As maiores quedas ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%) e Rio de Janeiro (-2,33%). Já as maiores altas foram registradas em capitais do Nordeste, como Recife (2,80%) e Maceió (2,09%).

De acordo com o DIEESE, com base no valor da cesta mais cara do país (São Paulo), o salário mínimo ideal em julho de 2025 deveria ser de R$ 7.274,43, o equivalente a 4,79 vezes o valor atual (R$ 1.518,00).