Em Belém, panettones e chocolates estão mais caros para este Natal, aponta Dieese

Panettones e chocolates de Natal sobem mais de 20% em Belém e exigem pesquisa para driblar preços bem acima da inflação.

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 09:13

Em Belém, panettones e chocolates estão mais caros para este Natal, aponta Dieese
Em Belém, panettones e chocolates estão mais caros para este Natal, aponta Dieese Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil

Os panettones deste ano chegaram às prateleiras mais caros e vão exigir ainda mais planejamento do consumidor na hora de montar a ceia de Natal. Levantamento do Dieese/PA, realizado entre os dias 21 e 24 de novembro em supermercados e shoppings de Belém, mostra que os reajustes passam de 20%, índice mais que o dobro da inflação acumulada dos últimos 12 meses, estimada em 4,6%.

Com crédito caro, inadimplência elevada e preços em alta, o cenário é de cautela para quem precisa garantir os itens típicos de fim de ano. A pesquisa do Dieese/PA focou nos produtos natalinos mais tradicionais, como panettones, chocottones, caixas de bombons e tabletes de chocolate, e confirmou que o bolso do consumidor vai sentir a diferença em relação ao Natal passado.

Panettones sobem mais que a inflação

Segundo o levantamento, os panettones e chocottones registraram aumentos que ultrapassam 20% na comparação com o mesmo período de 2024. O percentual supera com folga a inflação oficial do período e reforça a perda de poder de compra da população justamente na época em que o comércio aposta todas as fichas no aumento das vendas.

Os produtos já estão amplamente disponíveis em supermercados, shoppings e lojas especializadas da Grande Belém, com grande variedade de sabores, tamanhos, marcas e embalagens. Mas a diversidade vem acompanhada de uma forte disparidade de preços, que muda de acordo com o local de compra e o fabricante.

Quanto custa o panettone em Belém

Nas prateleiras pesquisadas pelo Dieese/PA, os preços encontrados foram:

  • Panettone 80g (caixa): varia de R$ 5,84 a R$ 15,00;

  • Panettone 400g com frutas cristalizadas: vai de R$ 13,99 a R$ 29,40;

  • Panettone 400g com gotas de chocolate: oscila entre R$ 15,99 e mais de R$ 30,00;

  • Chocottone 450g: é vendido entre R$ 33,05 e R$ 36,55.

O Dieese/PA destaca que essas diferenças estão diretamente ligadas à marca, ao tipo de produto, ao peso, à embalagem e ao ponto de venda. Em alguns supermercados, por exemplo, panettones de 400g – tanto de frutas quanto de chocolate – aparecem em uma faixa um pouco mais estreita de valores, entre R$ 19,68 e R$ 22,70.

Produtos premium passam de R$ 300

A pesquisa também identificou um nicho de produtos considerados “premium”. Em lojas especializadas em chocolates, há panettones em embalagens sofisticadas, com peso de 400g a mais de 1kg, que podem ultrapassar R$ 300,00, dependendo do sabor, da marca e do local de venda.

Para consumidores com maior poder aquisitivo, essas opções costumam ser associadas a presentes de fim de ano ou composições mais requintadas da ceia. Já para quem tem o orçamento apertado, a escolha passa por versões industriais mais simples, produtos artesanais ou panettones produzidos em padarias e supermercados.

Bombons e tabletes também encareceram

Não foram apenas os panettones que ficaram mais caros. As caixas de bombom e os tabletes de chocolate, que costumam complementar as compras de Natal, também estão com preços elevados.

Nos estabelecimentos pesquisados pelo Dieese/PA, os valores médios são:

  • Caixas de bombom 250g: variam de R$ 13,90 a R$ 21,49;

  • Tabletes de chocolate 90g: vão de R$ 8,29 a mais de R$ 20,00.

Assim como acontece com os panettones, o fabricante e o local de compra são decisivos na formação do preço. Em uma mesma região, o consumidor pode encontrar diferenças significativas para o mesmo produto.

Promoções ajudam, mas pesquisar é essencial

Com o aumento da oferta e da variedade de marcas, sabores e formatos, o Dieese/PA ressalta que as promoções de fim de ano costumam funcionar como um freio parcial nos preços, à medida que o Natal se aproxima. Ainda assim, a orientação é clara: pesquisar continua sendo a principal arma contra os preços altos.

De acordo com o levantamento, a diferença de valor de um mesmo produto entre uma loja e outra pode passar de 15%, o que faz muita diferença na soma final da ceia, especialmente para famílias que precisam comprar vários itens de uma só vez.

Em um cenário de renda apertada, juros elevados e endividamento em alta, o recomendado é comparar marcas, tamanhos, evitar compras por impulso e aproveitar as promoções realmente vantajosas. Mesmo sendo um símbolo do Natal, o panettone, neste ano, virou também um termômetro da pressão do custo de vida sobre o bolso dos paraenses.