Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 14:21
A morte do empresário Jevelis Grey Panassolo, executado a tiros na manhã de quarta-feira, 24, dentro de uma loja de conveniência nas proximidades do Mangueirão, em Belém, ainda deve revelar novos desdobramentos. O crime ocorreu na véspera de Natal e foi registrado por câmeras de segurança, que mostram a ação de dois homens: um permaneceu em uma motocicleta enquanto o comparsa perseguiu a vítima até o interior do estabelecimento e efetuou diversos disparos.>
No caso do assassinato, a Polícia Civil informou que a vítima intermediava uma negociação estimada em R$ 2 milhões para outro homem, que não estava no local no momento do ataque. A corporação afirma que nenhuma linha de investigação está descartada e que, até o momento, não há confirmação de ligação direta entre essa negociação e o homicídio. O caso segue sob apuração da Seccional da Cabanagem, e nenhum suspeito foi preso até agora.
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Além das circunstâncias do homicídio, o histórico de Jevelis Panassolo chama atenção. Aos 53 anos, ele já havia sido preso em 2016 pela Polícia Federal e respondia a uma série de acusações no âmbito da Justiça Federal. O Ministério Público Federal apontou que o empresário teria ameaçado assentados em Rurópolis, no sudoeste do Pará, com apoio de equipe armada, para manter a exploração ilegal de áreas de assentamento.>
Segundo as investigações, Jevelis também foi acusado de grilagem de terras públicas, por meio de fraudes documentais, envolvendo um imóvel conhecido como Fazenda Cachoeirinha, no mesmo município. A Procuradoria Federal Especializada que atua junto ao Incra identificou a falsificação de uma certidão do órgão, utilizada para a obtenção de licença de plano de manejo que atingia três assentamentos da região.>
O empresário ainda respondeu a denúncia por submeter 11 trabalhadores a condições análogas à escravidão. À época, o MPF chegou a solicitar à Justiça a condenação de Jevelis a 32 anos e seis meses de prisão, além de multa, pelos crimes de uso de documento público falso, fraude processual, ameaça e desmatamento ilegal de cerca de 19 mil hectares.>