Estudantes da UFPA denunciam descaso após acidente em Goiás: 'sem retorno, sem assistência'

Alunos que estavam no ônibus 2, posicionado atrás do micro-ônibus atingido, estão enfrentando abandono e desinformação por parte da universidade, do Ministério da Educação (MEC) e da própria organização do evento.

Publicado em 19 de julho de 2025 às 13:04

Acidente deixou vítimas fatais em Goiás 
Acidente deixou vítimas fatais em Goiás  Crédito: Reprodução 

Estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) denunciam descaso institucional após o acidente ocorrido na BR-153, em Goiás, na última quarta-feira (16), envolvendo veículos que transportavam delegações estudantis para o Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes). Segundo relatos, os alunos que estavam no ônibus 2, posicionado atrás do micro-ônibus atingido, estão enfrentando abandono e desinformação por parte da universidade, do Ministério da Educação (MEC) e da própria organização do evento.

Apesar de não terem sofrido ferimentos graves, os estudantes do ônibus 2 foram diretamente impactados emocionalmente pelo acidente e alegam que, desde então, não receberam apoio efetivo para retornar para casa. De acordo com a denúncia, a UFPA, por meio da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAES), chegou a garantir, publicamente, que todos os estudantes que desejassem retornar imediatamente teriam passagens aéreas custeadas pela FAB (Força Aérea Brasileira) ou pelo MEC. Muitos manifestaram esse desejo ainda no mesmo dia do acidente.

Nos dias seguintes, no entanto, as informações repassadas pela universidade passaram por diversas mudanças. Inicialmente, os estudantes foram informados de que retornariam na sexta-feira (18), em aeronave da FAB, junto aos corpos das vítimas fatais. Depois, foi dito que os voos seriam comerciais e pagos pelo MEC. Agora, estudantes relatam que receberam ligações informando que não há mais previsão de retorno imediato e que deverão permanecer até o fim do evento, sem passagens garantidas e sem assistência.

“Ontem recebi uma ligação da PROAES, disseram que a UFPA não iria mais emitir as passagens. Que agora era de responsabilidade do MEC e da coordenação do evento da UNE. Perguntei um nome de referência e nada”, relatou um dos estudantes, que preferiu não se identificar. Segundo ele, o alojamento disponibilizado pela universidade, dito como um hotel “mal tem uma janela”.

Os alunos relatam ainda a ausência de posicionamento da UNE e o silêncio do MEC: “A UFPA não tá dando assistência, o MEC sumiu. A UNE tá preocupada com o Congresso. É um descaso com os alunos que querem suas famílias e estão abalados psicologicamente”.

Os estudantes também apontam que, apesar do auxílio financeiro ter sido liberado apenas na manhã desta quinta-feira (18), ele é insuficiente diante da situação enfrentada. Sem um plano concreto para retorno, sem apoio psicológico e com informações conflitantes, os alunos afirmam estar emocionalmente exaustos e inseguros.

Segundo o relato, todos os estudantes presentes na viagem, inclusive os que não estavam no micro-ônibus diretamente atingido, são vítimas da tragédia e merecem acolhimento digno e urgente.

O Roma News entrou em contato com a UFPA e o MEC e aguarda retorno.