Ex-prefeito de Salinas sugere que atual gestão ignore Justiça e libere paredões ilegais que deixam praias tomadas por lixo

No áudio, o ex-prefeito Paulo Henrique sugere que “o atual prefeito da cidade emita um decreto zoneando o espaço para as carretinhas, ele poderia fazer alguma coisa”.

Publicado em 28 de julho de 2024 às 13:28

Praia do Atalaia repleta de lixo.
Praia do Atalaia repleta de lixo. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Em um áudio atribuído ao ex-prefeito de Salinópolis, nordeste paraense, o ex-gestor municipal sugere que a atual gestão municipal descumpra a decisão da Justiça do Pará, que proibiu a entrada de carretinhas com os paredões automotivos, nas praias do município, e libere os veículos, que são responsáveis por inúmeras reclamações de moradores e turistas que frequentam o local, devido o som alto, que ultrapassa os decibéis permitidos e acúmulo de toneladas de lixo deixados na faixa de areia.

No áudio, o ex-prefeito Paulo Henrique sugere que “o atual prefeito da cidade emita um decreto zoneando o espaço para as carretinhas, ele poderia fazer alguma coisa”.

Nas redes sociais do Portal Roma News, inúmeros de seguidores parabenizaram a atitude da Justiça paraense de proibir a entrada das carretinhas nas praias. Entre os depoimentos dos seguidores, alguns dizem: “O povo civilizado agradece”. Outra seguidora comenta: “Graças a Deus. Tive problemas ao levar minha filha à praia. Vários cacos de vidro deixados por essas ‘festas’ na madrugada”. Ainda na publicação que teve mais de mil comentários um usuário pede: “agora é só deixar essa proibição por anos”. E outro reforça: “Todas as praias merecem essa paz e limpeza”.

Seguidores elogiam a decisão judicial.
Seguidores elogiam a decisão judicial. Crédito: Foto: reprodução Roma News
Seguidores elogiam decisão nas redes sociais.
Seguidores elogiam decisão nas redes sociais. Crédito: Foto: reprodução Roma News

DECISÃO JUDICIAL

Conforme a decisão da Justiça do Pará, obtida em primeira mão na sexta-feira, 26, pelo Portal Roma News, ficou estabelecido o seguinte: "fica proibido a entrada, circulação e permanência das 'caretinhas e demais aparelhos sonoros' na areia da praia e nos mil metros que antecedem as entradas das praias do Atalaia e Farol Velho, durante o restante do mês de julho. Ainda conforme o documento: "que se abstenha de promover os eventos nas praias do Atalaia e Farol Velho, inclusive na área da ponta Sofia, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil.

O pedido de antecipação de tutela deferido pela Justiça foi movido contra os representantes dos perfis “Tropa dos Mais Novo”, “Paredão Legacy” e o responsável pelo evento “Rock dos Reis do Atalaia”, entre outros. Segundo o pedido, havia uma necessidade urgente da proteção do “Monumento Natural do Atalaia” (MONA), uma unidade de conservação que protege 256,58 hectares e abrange “sítios naturais raros com singulares de grande beleza cênica, lagos de recarga no entorno, dunas fixas e moveis, vegetação de restingas, manguezal e pequenos igarapés”.

A medida foi tomada após Salinas, como é popularmente chamado um dos principais destinos turísticos do Pará, enfrentar problemas recorrentes com os paredões ilegais, como: música alta, com decibéis acima do permitido por lei, além de gerar aglomerações e deixam a faixa de areia tomada por toneladas de lixo nas praias, o que configura crime ambiental previsto em lei.