Extorsão, propina e lavagem de capitais: suposto esquema liderado por ‘braço’ de Igor Normando expõe integridade da gestão municipal de Belém

De acordo com a publicação do MBL, a denúncia detalha um sistema de "pedágio" onde credores do município são coagidos a ceder 60% de seus pagamentos em troca da liberação dos valores.

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 12:14

Humberto Bozi, Cleiton Chaves e Igor Normando. 
Humberto Bozi, Cleiton Chaves e Igor Normando.  Crédito: Redes Sociais/ Agência Pará

Uma denúncia envolvendo nomes ligados ao prefeito de Belém, Igor Normando, e um suposto esquema de corrupção com empresários dos ramos de engenharia e eventos, veio à tona nos últimos dias e coloca, mais uma vez, em questionamento a gestão municipal.

Desta vez, segundo publicação da página do Movimento Brasil Livre (MBL), o nome apontado como protagonista de um esquema de corrupção envolvendo extorsões e contratos estratégicos, é de Cleiton Chaves, ex-chefe de gabinete apontado como um dos braços do prefeito, e que agora comanda a Secretaria de Zeladoria Urbana (Sezel).

Segundo denúncia, que teria partido de empresários paraenses, Cleiton e outros dois ex-servidores da prefeitura, Álvaro Rodrigues e Humberto Bozi, que ocupavam cargos decisivos na administração pública, atuavam em um esquema que manipulava a liberação de recursos para favorecer interesses ilícitos do grupo.

De acordo com a publicação, a denúncia detalha um sistema de "pedágio" onde credores do município são coagidos a ceder 60% de seus pagamentos em troca da liberação dos valores. As negociações ocorreriam em uma sala comercial equipada com máquinas de contar dinheiro.

O suposto esquema seria fortalecido por empresários dos ramos de engenharia e eventos, responsáveis por transformar o dinheiro desviado em capital de aparência legal, e assim ocultar a origem dos recursos. O grupo também fazia a aquisição de veículos de luxo como método de dissimulação patrimonial.

Essa, segundo a denúncia, não seria a primeira vez que o nome de Cleiton Chaves estaria no centro de escândalo envolvendo a Prefeitura de Belém. Em junho, vereadores do Partido Liberal (PL) e do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) assinaram, um requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a gestão de Igor, com objetivo é investigar suspeitas de irregularidades no contrato firmado entre a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel), e a empresa Auto Lance Pátio e Leilões LTDA., responsável por serviços de remoção, guarda e liberação de veículos apreendidos na cidade.

A proposição foi apresentada pela vereadora Ágatha Barra (PL), que apontou suspeitas envolvendo a legalidade da contratação, a origem da empresa e possíveis ligações familiares entre sócios da Auto Lance e do então chefe de gabinete de Normando, Cleidson Chaves.

A iniciativa contou com apoio incomum entre partidos de espectros ideológicos distintos, o que torna ainda mais evidente que integridade da gestão municipal está abalada, diz a publicação do MBL.

Posicionamento - A Prefeitura Municipal de Belém nega a existência de qualquer esquema de corrupção envolvendo os secretários Cleiton Chaves e Humberto Bozi, conforme alegações veiculadas em publicação da página do Movimento Brasil Livre (MBL). As informações divulgadas são infundadas, não possuem qualquer comprovação factual e distorcem completamente a realidade dos fatos.

A administração municipal esclarece, ainda, que Álvaro Rodrigues não integra o quadro de servidores da Prefeitura de Belém, não constando em nenhuma lista funcional ou vínculo administrativo com o município, o que por si só invalida parte central das acusações divulgadas.

Diante da gravidade das afirmações e do potencial dano à honra e à reputação dos citados, o secretário Cleiton Chaves e o servidor Humberto Bozi informam que adotarão as medidas judiciais cabíveis contra todos aqueles que continuarem a propagar informações falsas, distorcidas ou sem qualquer respaldo probatório. A Prefeitura reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições.