Fábrica de armas funcionava escondida nos fundos de barbearia no Jurunas; dono é preso

Fábrica clandestina de armas funcionava nos fundos de uma barbearia no Jurunas e foi descoberta após denúncia de ameaça contra adolescente.

Publicado em 18 de junho de 2025 às 15:08

Fábrica de armas funcionava escondida nos fundos de barbearia no Jurunas; dono é preso
Fábrica de armas funcionava escondida nos fundos de barbearia no Jurunas; dono é preso Crédito: Divulgação/Polícia Civil

Uma denúncia de ameaça com arma de fogo contra uma adolescente levou a Polícia Civil do Pará a descobrir, nesta quarta-feira (18), uma fábrica clandestina de armamentos escondida nos fundos de uma barbearia, no bairro do Jurunas, em Belém. O dono do estabelecimento foi preso em flagrante.

A operação, batizada de Corte Final, foi conduzida pela Divisão de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DATA), ligada à Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV). O caso começou a ser investigado em janeiro, quando a jovem procurou a polícia para denunciar que havia sido ameaçada pelo ex-namorado com uma arma de fogo.

Durante as apurações, os investigadores descobriram que a arma usada nas ameaças era de fabricação caseira e havia sido comprada em uma espécie de “oficina” escondida dentro de uma barbearia. Com base nas provas reunidas, a Justiça autorizou o mandado de busca e apreensão, cumprido nesta manhã.

No local, a polícia encontrou um verdadeiro arsenal: carabinas, rifles, espingardas, munições de uso restrito, além de peças como coronhas, empunhaduras, carregadores e até uma arma de brinquedo. Também foram apreendidas ferramentas usadas na fabricação dos armamentos, como esmerilhadeira, serra e máquina de solda.

“O espaço era adaptado para a produção artesanal de armas de fogo. Foi possível apreender não apenas armamentos prontos, mas também moldes e peças em fabricação”, explicou o delegado Theo Schüler, diretor da DATA.

A delegada Emanuela Amorim, da DAV, reforçou a gravidade do caso. “Não se trata apenas de um crime de violência doméstica, mas de um ponto de fornecimento de armas ilegais que podem abastecer diversas redes criminosas”, afirmou.

O suspeito foi levado à sede da DATA, onde prestou depoimento e vai responder por comércio ilegal de armas de fogo e posse de armamento de uso restrito. Ele segue à disposição da Justiça.

A Polícia Civil reforça que denúncias sobre violência doméstica, uso indevido de armas ou outros crimes podem ser feitas de forma anônima pelo Disque-Denúncia 181 ou pelo WhatsApp da atendente virtual Iara: (91) 98115-9181.