Publicado em 26 de setembro de 2024 às 10:05
Na noite da última quarta-feira, 25, Pablo Escobar Neves Gonçalves, filho do cabo reformado da Polícia Militar (PM) Otacílio José Queiroz Gonçalves, conhecido como “Cilinho”, foi morto a tiros no bairro da Cremação, em Belém, capital paraense. A vítima estaria recebendo ameaças e já havia escapado de outras tentativas de homicídio.
Segundo informações, Pablo Escobar estava na esquina da rua São Miguel, quando os criminosos o abordaram. O carona desceu de uma moto preta, sacou uma arma e atirou contra a vítima, que ainda conseguiu fugir e tentou se refugiar dentro da residência de sua namorada. No entanto, o assassino perseguiu a vítima para dentro da residência, localizada na passagem São Jorge II, e disparou várias vezes.Testemunhas ouviram mais de 10 tiros, o que foi confirmado pela perícia. Depois de alvejarem Pablo, o carona subiu na garupa da moto e fugiu com o comparsa na direção da travessa 14 de de Abril. Moradores relatam que tentaram socorrer Pablo, mas ele não resistiu e veio a óbito no local.
Ainda segundo informações, a vítima já havia conseguido fugir de outra tentativa de homicídio no bairro, e que Pablo estava sofrendo ameaças. A Polícia Científica analisou e recolheu vestígios para auxiliar no trabalho das investigações, tanto na via pública como dentro do imóvel onde houve a execução. Equipes das Polícias Civil e Militar também estiveram na área colhendo informações, ouvindo familiares e testemunhas.
A Polícia Científica ainda confirmou a versão de testemunhas que Pablo recebeu o primeiro tiro na passagem São Jorge, devido aos rastros de sangue e gotejamento característicos de uma pessoa ferida em movimento. Os peritos contabilizaram no mínimo oito perfurações produzidas por um revólver calibre .40, e também uma grande quantidade de estojos de munição pela casa. A vítima foi atingida na cabeça, tórax e nas pernas. A maioria dos tiros tem característica de terem sido dados à distância. Somente um, que pode ter sido o final, foi dado próximo da cabeça. A casa também continha vários disparos.
'Cilinho'Otacílio José Queiroz Gonçalves, também conhecido como 'Cilinho', foi um ex-policial militar acusado de ser integrante da milícia 'irmãos de farda' e de ter envolvimento com uma série de execuções ocorridas nos bairros da Terra Firme e Guamá, como retaliação à morte do cabo da PM, Marco Antônio Figueiredo, conhecido como 'Pet', em 2014. Em novembro de 2014, após a morte de cabo Pet, que era da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana da Polícia Militar (Rotam), 11 jovens foram assassinados em diferentes bairros da periferia de Belém.
Em 2015, Cilinho chegou a ser condenado pela 2ª vara penal do tribunal do júri, à pena definitiva de 29 anos de reclusão, pelos crimes de homicídio qualificado, quadrilha ou bando, crimes do sistema nacional de armas, mas sua defesa conseguiu que ele aguardasse o julgamento dos recursos em liberdade, chegando a alegar insanidade mental do acusado. Antes da decisão final, Cilinho foi morto no bairro do Guamá, em Belém, no dia 23 de abril do ano passado.