Publicado em 22 de setembro de 2025 às 10:34
Neste mês de setembro, o Cultura na Praça lança três filmes em seu site, a sala de cinema digital do projeto. Os curtas-metragens, criados por adolescentes e jovens do interior do Pará e do Maranhão, trazem narrativas que abordam cultura indígena, agricultura familiar, ancestralidade e meio ambiente, refletindo a diversidade e a riqueza cultural do Brasil. As obras ficam disponíveis gratuitamente no site culturanapraca.art.br, com tradução em Libras, audiodescrição e legendas descritivas, ampliando o acesso democrático à cultura. O projeto é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, em parceria com o Instituto Tatajuba e realização do Ateliê 22.>
Com essas estreias, o acervo do site passará a contar com 48 filmes, produzidos entre 2019 e 2025. O Cultura na Praça promove oficinas de cinema e exibições ao ar livre em comunidades afastadas dos grandes centros. A proposta é ampliar o acesso à sétima arte em locais onde, muitas vezes, não há salas de cinema — uma realidade mais comum do que se imagina. Segundo o IBGE, mais de 80% dos municípios da região Norte não contam com salas em funcionamento, o que faz do projeto uma ferramenta essencial de democratização cultural.>
“Esses filmes são como espelhos”, diz o cineasta Cris Azzi, coordenador do projeto. “Devolvem às comunidades uma imagem que muitas vezes não encontram em lugar nenhum e mostram o quanto os jovens querem contar suas histórias com profundidade e afeto.”>
Uma vitrine nacional para o cinema feito por jovens>
A chegada dos filmes ao site do Cultura na Praça representa um passo importante para os jovens realizadores. Criado como um acervo digital e uma sala de exibição permanente, o site é a porta de entrada para que essas produções circulem fora das comunidades onde nasceram — alcançando novos públicos, inclusive de outras regiões e países.>
“O site é um legado. É memória, conexão e continuidade”, afirma Azzi. “Mesmo em tramas ficcionais, estes filmes imprimem modos de viver, de sonhar e de se relacionar com o território. São retratos da juventude de um Brasil profundo, que raramente encontra espaço nas telas.”>
Mais de 200 mil pessoas já assistiram aos filmes do Cultura na Praça. Nas plataformas, esse número supera 160.000 visualizações. Para Azzi, esse alcance mostra o valor da plataforma como ferramenta de visibilidade e troca entre gerações e territórios. “Ao navegar pelo site do Cultura na Praça, um jovem pode se inspirar na história de outro, mesmo que more a centenas de quilômetros de distância. É uma ponte entre vivências, sotaques e identidades.”>
Conheça os novos filmes>
Criado por garotas de São Félix do Xingu (PA), o curta “Bà Kan Pry – A trilha” conta a história de três amigas que recebem um convite misterioso para uma trilha na floresta. Separadas durante o percurso, elas enfrentam obstáculos e descobrem que só unidas conseguirão reencontrar o caminho de volta. A estudante Isabella Medeiros relembra: “Tivemos a ideia de incluir falas em Kayapó para valorizar a cultura da Irê [Iretokre Kayapó, aluna de São Félix do Xingu], que é indígena. Foi uma troca linda e importante.” A estreia presencial teve apresentação cultural Kayapó.>
Já na Vila Diamante, em Igarapé do Meio (MA), o filme “Junta aí” acompanha jovens que percorrem a comunidade pedindo alimentos para uma festa coletiva, enquanto escutam moradores que compartilham experiências sobre agroecologia, pertencimento e vida comunitária. “O filme é um retrato de uma comunidade ancorada na solidariedade, no espírito coletivo e na importância da luta pela terra", comenta Cris Azzi. “Eles entenderam que o cinema é feito em grupo.”>
Em Bacabeira (MA), o curta “Raízes do Fontão” narra a jornada de uma jovem que, diante da falta de água em casa, decide procurar o antigo fontão da comunidade. Ao reencontrar o local, redescobre histórias, tradições e saberes esquecidos com o tempo. “É um filme tocante, que mistura ficção e documentário para falar sobre memória, meio ambiente e relações familiares”, afirma Azzi.>
Um cinema que atravessa fronteiras>
Ao conectar juventudes do interior do Norte e Nordeste à linguagem do cinema, o projeto oferece formação técnica e criativa, incentivando nos jovens e em suas comunidades o protagonismo e a autoria sobre suas próprias histórias e, assim, fortalecendo seus vínculos de identidade. No site do Cultura na Praça, essas vozes e olhares ganham espaço, circulação e reconhecimento — um cinema que nasce na praça e chega ao país inteiro.>
Histórico do Cultura na Praça>
Desde 2017, o Cultura na Praça realiza oficinas audiovisuais gratuitas no interior do Pará e Maranhão. Como extensão das atividades formativas, promove uma mostra itinerante de cinema, onde as histórias contadas por moradores ganham a tela. As exibições dos curtas são acompanhadas de apresentações artísticas, o que estimula ainda mais o protagonismo local. Além disso, por onde passa o projeto impulsiona a geração de trabalho e renda, com a contratação de mão de obra, empresas e fornecedores de cada região.>
Com o objetivo de democratizar o acesso à cultura e fomentar a valorização do patrimônio material e imaterial das localidades atendidas, o projeto já alcançou mais de 200 mil pessoas em sete edições. No site do projeto (www.culturanapraca.art.br), 48 curtas produzidos pelos participantes estão disponíveis online, com recursos de acessibilidade. O Cultura na Praça é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, em parceria com o Instituto Tatajuba e realização do Ateliê 22, Ministério da Cultura e Governo do Brasil - Do Lado do Povo Brasileiro.>
Sobre o Instituto Cultural Vale>
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa. Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de mil projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está.>
SERVIÇO>
Lançamento de curtas-metragens do Pará e Maranhão no site do Cultura na Praça>
Acesse gratuitamente: culturanapraca.art.br>
Mais informações: instagram.com/cultnapraca>