Publicado em 9 de novembro de 2025 às 22:23
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), respondeu neste domingo (9) às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que usou as redes sociais para criticar obras de infraestrutura realizadas em Belém, sede da COP30.>
Em sua plataforma Truth Social, Trump afirmou que “devastaram a Floresta Amazônica do Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas”, classificando o caso como “um grande escândalo”. O republicano citou uma reportagem da Fox News que atribuía à construção da chamada Avenida Liberdade a derrubada de árvores na região metropolitana de Belém.>
A resposta de Helder foi direta. “Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia – com destaque para o estado do Pará. Ou, no mínimo, seguir o exemplo do Governo do Brasil e investir mais de US$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo. Ainda dá tempo de passar na COP30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar”, escreveu o governador.>
O governo brasileiro afirmou que a obra mencionada por Trump não tem relação com a COP30. Em nota, a Secretaria Extraordinária para a COP30, ligada à Casa Civil, destacou que a construção da Avenida Liberdade não é de responsabilidade do governo federal e que o projeto foi iniciado em 2020, antes da escolha de Belém como sede da conferência.>
Já o governo do Pará informou que o trajeto da rodovia segue o traçado de um linhão de energia, onde a vegetação já havia sido suprimida, o que evitou novo desmatamento. Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seinfra), o projeto possui licença ambiental e 57 condicionantes sociais e ambientais, incluindo passagens de fauna e sistema de iluminação solar.>
A polêmica ocorre no momento em que Belém recebe líderes de todo o mundo para discutir políticas ambientais e o futuro da Amazônia, enquanto Trump, ausente da conferência, retoma o discurso negacionista que marcou seu mandato – o mesmo que levou os Estados Unidos a deixarem o Acordo de Paris.>