Jambu, símbolo da culinária paraense, pode até aumentar o prazer sexual, dizem estudos

Folha amazônica usada no tacacá tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e pode influenciar o prazer sexual, segundo pesquisas

Publicado em 27 de outubro de 2025 às 17:17

O jambu é usado em vários pratos paraenses
O jambu é usado em vários pratos paraenses Crédito: Agência Pará 

Típico do Pará e presença obrigatória em pratos como tacacá e pato no tucupi, o jambu é muito mais do que um ingrediente regional: é um verdadeiro símbolo da gastronomia paraense. Conhecido também como “tremidão”, por causar uma leve dormência e vibração na boca, o jambu é uma planta rica em ferro, vitamina C e espilantol, um composto natural com diversos efeitos benéficos à saúde.

Pesquisas da Universidade Federal do Pará (UFPA) destacam que o vegetal possui ação anti-inflamatória e antioxidante, sendo considerado um alimento funcional. Quando mastigadas ou usadas em preparos, as flores do jambu liberam o espilantol, responsável pela sensação de formigamento característica, e é justamente esse composto que vem chamando atenção também por outro motivo: o possível efeito afrodisíaco.

Um estudo piloto da Universidade Federal do Amapá (Unifap), publicado em abril de 2023 na revista SAGE Journal, apontou que o extrato de jambu pode aumentar o tempo de prazer sexual masculino. Homens que sofriam de ejaculação precoce apresentaram melhora após o uso tópico da substância, sugerindo que o espilantol atua como um leve dessensibilizante, retardando o clímax.

Mas os benefícios da planta típica do Norte do Brasil vão muito além disso. O jambu tem propriedades diuréticas, vermífugas e estimulantes do apetite, além de contribuir para uma melhor digestão e fortalecimento da imunidade, graças à combinação de micronutrientes e fitocompostos.

“O jambu é uma planta de grande potencial, tanto pelo valor nutritivo quanto pelas propriedades bioativas que apresenta, podendo ser explorada em diferentes áreas, da alimentação funcional à indústria farmacêutica”, explica Mônica Trindade Abreu de Gusmão, doutora em Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Consumido em preparos tradicionais como o tacacá, o pato no tucupi e até em saladas e sucos, o jambu é um orgulho do Pará e da Amazônia. Além de seu sabor marcante e efeito sensorial único, a planta mostra que pode ser uma aliada da saúde — e até da vida sexual, segundo os estudos mais recentes.

Quem tem sensibilidade digestiva ou cutânea deve observar possíveis reações ao consumo, mas dentro de uma alimentação equilibrada, o jambu se revela um ingrediente funcional completo: nutre, estimula e representa o melhor da biodiversidade amazônica.

Com informações do Metrópoles