Justiça determina medida protetiva contra delegado que agrediu esposa no Pará
A vítima, que também é delegada, relatou que a convivência sempre foi marcada por conflitos, com sucessivos episódios de agressões psicológicas e morais.
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 14:15
A Justiça do Pará determinou medidas protetivas contra o delegado da Polícia Civil Sinélio Ferreira de Menezes Filho, após denúncia de violência doméstica contra a esposa, a delegada Joselma Nunes Alves de Menezes, lotada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Belém. Justiça determina medida protetiva contra delegado que agrediu esposa no Pará.
A decisão, assinada pelo juiz plantonista João Augusto de Oliveira Júnior, ordena o afastamento imediato do delegado de sua residência e proíbe que ele se aproxime da vítima, de familiares e de testemunhas a menos de 100 metros. Ele também está impedido de fazer qualquer tipo de contato e de frequentar locais associados à rotina de Joselma, como a residência da família e a academia da Assembleia Paraense onde ambos frequentam. O magistrado ainda restringiu o porte de arma do investigado fora do exercício das suas funções.
A denúncia foi formalizada em 15 de novembro e no depoimento, Joselma relatou que está casada há quase três décadas com Sinélio e que a convivência sempre foi marcada por conflitos, com sucessivos episódios de agressões psicológicas e morais. Segundo ela, o primeiro ato de violência física teria ocorrido há 15 ou 20 anos, mas nunca houve registro formal por medo e dificuldades emocionais, mesmo ela atuando diariamente no atendimento a outras mulheres vítimas da mesma violência.
A agressão mais recente, porém, teria ultrapassado todos os limites. De acordo com o relato, após uma discussão iniciada por um motivo doméstico e agravada por conflito entre pai e filho, a delegada começou a filmar a reação do marido. Ele teria avançado para tomar o celular, empurrando-a com força, rasgando o vestido e fazendo com que batesse no painel da TV, causando escoriações. Em seguida, ao tentar se afastar, ela caiu e lesionou o punho.
Segundo informações, o filho do casal e uma diarista presenciaram as agressões. A delegada também afirmou que o marido tomou seu aparelho telefônico e pode ter apagado o registro das imagens. Depois disso, Sinélio ainda teria ameaçado o filho de morte e causado danos dentro da casa, aumentando o clima de terror.
Em nota, a Polícia Civil informou que as medidas judiciais foram cumpridas e o procedimento administrativo foi aberto, visando apurar os fatos. O caso está m tramitação na Corregedoria-Geral da instituição.
