Justiça determina reintegração de posse em assentamento na Gleba Pacoval, em Santarém

Área de assentamento na Gleba Pacoval deve ser desocupada em 30 dias após decisão da Justiça Federal motivada por agravamento de conflitos e invasão ilegal.

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 19:12

Justiça determina reintegração de posse em assentamento na Gleba Pacoval, em Santarém
Justiça determina reintegração de posse em assentamento na Gleba Pacoval, em Santarém Crédito: Reprodução/Agência Brasil

A Justiça Federal determinou, em caráter urgente, a reintegração de posse de uma área pública federal invadida na Gleba Pacoval, em Santarém, oeste do Pará. O terreno, que integra um projeto de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), deverá ser desocupado no prazo de 30 dias.

A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e reverte um posicionamento anterior, que havia negado a urgência da medida. O novo entendimento veio após o MPF apresentar provas do agravamento do conflito na região, incluindo episódios de violência, ameaças a lideranças comunitárias e danos ambientais.

De acordo com o MPF, a área invadida faz parte da reserva legal do assentamento, e a permanência dos ocupantes ilegais coloca em risco o patrimônio público, o meio ambiente e a segurança dos assentados. O órgão também reforça que, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a ocupação irregular de terras públicas não gera direito de posse.

O juiz responsável destacou o “intenso processo de ocupação ilegal” e o aumento da tensão fundiária, motivada por disputa territorial entre beneficiários da reforma agrária e ocupantes considerados ilegítimos. Para evitar novos episódios de violência, a decisão autoriza o uso de força policial, se necessário, e impõe multa diária de R$ 5 mil a quem tentar impedir o cumprimento da ordem, valor que poderá ser dobrado em caso de reincidência ou novas invasões.