Justiça proíbe uso de carroças com tração animal na Praia de Ajuruteua, no Pará

Informações apontam que um cidadão vinha oferecendo passeios turísticos com uma charrete artesanal puxada por um cavalo, diretamente na faixa de areia.

Publicado em 28 de julho de 2025 às 09:27

Praia de Ajuruteua, em Bragança.
Praia de Ajuruteua, em Bragança. Crédito: Agência Pará

Após denúncias de maus-tratos a um cavalo na Praia de Ajuruteua, em Bragança, no nordeste paraense, a Justiça do Pará, por meio de uma ação assinada pela desembargadora Rosileide Cunha, determinou a proibição imediata do uso de carroças com tração animal nesta praia, segundo uma decisão liminar na sexta-feira (25).

Informações apontam que um cidadão vinha oferecendo passeios turísticos com uma charrete artesanal puxada por um cavalo, diretamente na faixa de areia. O animal era exposto ao sol intenso por horas, carregando cargas que, somadas ao peso dos passageiros, poderiam ultrapassar meia tonelada.

A prática foi denunciada por advogados da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB-PA, que tentaram ao longo da semana obter medidas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bragança (SEMMA) — sem sucesso. Diante da omissão, o caso foi levado ao Judiciário.

Além do sofrimento animal, o processo também aponta risco ambiental, já que os dejetos do cavalo (urina e fezes) eram deixados na areia da praia, gerando poluição e ameaça à saúde pública. Veja a seguir o que a Justiça determinou:

• Proibição imediata do uso de tração animal na Praia de Ajuruteua e em toda sua orla atlântica;

• Anulação de qualquer permissão anterior da SEMMA que autorizasse a prática;

• Aplicação de multa diária de R$ 5 mil, limitada a R$ 50 mil, em caso de descumprimento;

• Possibilidade de apreensão do animal e da carroça.

A decisão cita a Constituição Federal, a Lei de Crimes Ambientais e o Código de Proteção Animal do Estado do Pará, que proíbem práticas que submetam animais à crueldade, especialmente fora da zona rural, sem autorização.

O Roma News entrou em contato com a SEMMA solicitando um posicionamento e aguarda retorno. Possivelmente, o órgão será intimado oficialmente.