Mais de 10 pessoas são presas em operação contra o crime organizado no Pará

Além das prisões, foi bloqueado cerca de R$ 22.592.418,79 nas contas de alguns dos investigados.

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 14:46

Operação visa cumprir mandados de prisões preventivas e de busca e apreensão em domicílios no Pará.
Operação visa cumprir mandados de prisões preventivas e de busca e apreensão em domicílios no Pará. Crédito: Divulgação

Na manhã desta quarta-feira (26), a Polícia Civil do Pará, através da Delegacia de Repressão às Facções Criminosas (DRFC), unidade vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), deflagrou a operação “Passe Livre” com objetivo de cumprir mandados de prisões preventivas e de busca e apreensão em domicílios, conforme determinação da Vara de Combate ao Crime Organizado.

“A ação policial foi pensada para prender faccionados e milicianos que exploravam o transporte clandestino no Pará. No decorrer das diligências, as equipes conseguiram prender 10 pessoas, até o momento, nos municípios de Belém, Castanhal, Ananindeua, São Miguel do Guamá, Tracuateua, Salvaterra e nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso”, informou o delegado Augusto Potiguar, titular da DRCO.

Bloqueio de mais de R$ 22 milhões em contas dos investigados

Com os suspeitos, foram apreendidos cinco veículos automotores, cinco motocicletas e telefones celulares que serão periciados. Houve, ainda, o bloqueio de R$ 22.592.418,79 nas contas de alguns dos investigados.

Entenda o caso

A investigação iniciou no ano de 2023, quando uma vítima procurou a DRFC para denunciar que estava sofrendo extorsões de uma cooperativa de vans irregulares a mando de uma facção criminosa.

“Em razão disso, nós instauramos um procedimento policial para apurar esses fatos e conseguimos comprovar que realmente havia atuação da facção criminosa nas extorsões a motoristas de vans e que, além disso, havia a participação de servidores públicos que atuavam nessa área extensiva para coibir os motoristas irregulares, mas, na verdade, atuavam junto aos criminosos e, caso os motoristas não pagassem as extorsões, os servidores públicos fiscalizavam e aprendiam os veículos", destacou o delegado Erir Ribeiro, responsável pela investigação.

Segundo o delegado, "já o lado mais violento da organização criminosa realizava ameaças aos motoristas e mandava quebrar os carros. Mediante a estas informações, foram efetuadas medidas investigativas e nós conseguimos verificar um montante patrimonial que eles movimentavam, sendo deferido ainda o bloqueio financeiro de valores e de bens”.

Todos os presos foram conduzidos para a sede da DRCO, onde serão realizados os procedimentos judiciais cabíveis. Eles vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção ativa e passiva e por integrar organização criminosa.

A operação contou com a participação de policiais civis vinculados à Diretoria de Polícia Especializada (DPE), Diretoria de Polícia do Interior (DPI), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e da Divisão de Crimes Funcionais (DCRIF), além das Polícias Civis dos Estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso.