Mais de 11 mil pessoas visitaram o Museu do Artesanato durante a COP30

Espaço no São José Liberto trouxe arte, música e sabores da Amazônia em programação ligada à COP30.

Publicado em 22 de novembro de 2025 às 11:25

(Mais de 11 mil pessoa visitaram o Museu do Artesanato durante a COP30)
(Mais de 11 mil pessoa visitaram o Museu do Artesanato durante a COP30) Crédito: Divulgação/Seaster

Depois de 11 dias movimentando o São José Liberto, em Belém, o Museu do Artesanato Paraense (MAP) encerrou as atividades nesta sexta-feira (21), deixando um rastro de cores, sons e cheiros da Amazônia. Pela contagem do governo do Estado, cerca de 11.200 pessoas passaram pelo espaço, que virou vitrine da arte e do artesanato feitos na região.

Com o tema “Leve a arte da Amazônia com você”, o MAP reuniu mais de 30 artistas, artesãos e grupos locais em uma programação que misturou música, tradição, bate-papos, experimentação de sabores regionais e muita criatividade. A proposta era simples e ambiciosa ao mesmo tempo: aproximar o público da produção artesanal da Amazônia e mostrar como tradição e inovação podem caminhar juntas.

Arte, conversa boa e comida da terra

Além das exposições de peças em cerâmica, fibras, sementes e outras matérias-primas da região, o público também pôde acompanhar conversas sobre a arte amazônica com nomes que atuam no cenário cultural paraense. Os debates trataram de diversidade cultural, sustentabilidade e economia criativa, sempre conectados ao contexto da COP30, que transformou Belém em vitrine internacional.

Quem passou pelo espaço também teve a chance de provar pratos e produtos regionais, preparados por profissionais experientes, em um cardápio que ia além do simples “lanche”: era parte da experiência de imersão na cultura paraense.

Cerâmica, afeto e identidade

Um dos pontos fortes do MAP foi a presença do polo cerâmico de Icoaraci, referência histórica do artesanato paraense. Peças com grafismos marajoaras e pinturas inspiradas na paisagem e na cultura da região ajudaram a contar, em forma de arte, um pouco da memória do Estado.

A artesã Rafaelly Lobato, da Cerâmica Família Sant’ana, resumiu o sentimento de quem vive do ofício:

Trabalhar com cerâmica, para ela, é uma forma de se reconhecer no próprio trabalho manual. A partir da argila, nascem xícaras, peças utilitárias e artigos decorativos – e levar isso para o MAP foi, segundo ela, uma forma de permitir que mais pessoas tivessem “um pouquinho do afeto” dos artesãos dentro de casa.

Música para fechar em clima de festa

O encerramento da programação teve clima de celebração. O público curtiu a apresentação do grupo regional Sancari, com muito carimbó, e, em seguida, o show do cantor paraense Markinho Duran, reforçando a ideia de que o artesanato não está isolado: ele dialoga com a música, com a dança, com a vivência cotidiana da cidade.

A corretora de imóveis Conceição Reis, que visitou o espaço, destacou o orgulho de ver Belém ocupada por iniciativas assim. Para ela, a cidade ganha um legado: a COP30 passa, mas a história e a beleza da capital paraense permanecem.

Arte, economia e legado da COP30

Mais do que exposição, o MAP funcionou como uma vitrine da economia criativa da Amazônia. Ao reunir artesãos, artistas, empreendedores e o grande público, o espaço ajudou a gerar renda, fechar negócios e abrir caminhos para futuros trabalhos.

A iniciativa teve como foco apresentar ao mundo a diversidade cultural amazônica por meio de peças únicas e sustentáveis, reforçando o compromisso do Estado com a valorização da cultura e com o turismo cultural em Belém.

O projeto foi coordenado pelo Governo do Pará, por meio da Seaster e da Sedeme, e contou com a parceria da UEPA, Sebrae/PA e Correios. Mesmo com o fim da programação, a ideia que fica é clara: a arte do artesanato paraense segue viva, espalhada agora nas casas, malas e memórias de quem passou pelo Museu do Artesanato Paraense.