Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 19:22
Um dia que deveria ser de busca por atendimento médico terminou em revolta e confusão no município de Vigia, no nordeste do Pará. A morte da jovem Keise Reis, na tarde deste domingo (07), desencadeou protestos, depredações e a presença da polícia na porta do Hospital Municipal, após familiares alegarem que a paciente recebeu um medicamento inadequado e não resistiu.>
Segundo parentes, Keise procurou a unidade por volta das 8h, queixando-se de fortes dores abdominais. Ela teria recebido morfina e outra medicação, mas, conforme relatos da família, passou mal logo depois. O óbito, de acordo com pessoas próximas, teria ocorrido por volta das 11h, embora a comunicação oficial aos familiares só tenha acontecido cerca de uma hora mais tarde, fato que aumentou ainda mais a tensão.>
Tumulto, depredação e intervenção policial>
A informação da morte provocou desespero e indignação entre parentes e amigos, que acusam a equipe de negligência. Testemunhas afirmam que parte dos familiares, transtornada, quebrou equipamentos e estruturas no hospital. Em seguida, três viaturas foram enviadas ao local, e ao menos uma pessoa, identificada por populares como companheiro da vítima, foi detida. Há relatos de que profissionais de plantão também foram conduzidos para prestar esclarecimentos.>
Para evitar que mais pessoas entrassem na unidade, os portões do hospital foram fechados. Mesmo assim, dezenas de moradores permaneceram concentrados na área externa durante toda a tarde.>
A situação se agravou quando parentes solicitaram o prontuário médico e a ficha de atendimento, documentos que deveriam registrar o procedimento adotado pela equipe. Segundo a família, os papéis “sumiram”, o que gerou novo tumulto e a necessidade de novo acionamento da polícia.>
Outro ponto criticado foi a suposta recusa do hospital e da delegacia em acionar o Instituto Médico Legal (IML), medida necessária para esclarecer a causa da morte. A ausência de resposta imediata deixou os familiares ainda mais revoltados.>
Relatos de caso semelhante horas antes>
Moradores que estavam no local afirmaram que, horas antes da morte de Keise, outra mulher teria falecido após dar entrada na mesma unidade. Testemunhas relatam que ela chegara consciente após sofrer um acidente e ter um braço quebrado, mas acabou morrendo pouco depois, pegando todos de surpresa. O segundo caso aumentou as suspeitas da comunidade sobre falhas no atendimento emergencial da unidade.>
Contexto mais amplo>
Ocorrências envolvendo possíveis erros de medicação e diagnósticos equivocados são apontadas por especialistas como um dos principais fatores de risco em emergências hospitalares, especialmente em unidades de pequeno porte e com equipes reduzidas. A falta de protocolos padronizados e a dificuldade de acesso a exames rápidos são desafios conhecidos em municípios do interior.>
Posicionamento>
A reportagem do Roma News tentou contato com a Prefeitura de Vigia, responsável pela gestão do hospital, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.>