'Não foi suicídio', diz família de jovem encontrada morta em apartamento na Grande Belém

Uma prima da vítima, que preferiu não se identificar, relatou ao Portal Roma News que Jamille vinha sendo ameaçada e agredida pelo companheiro há meses.

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Talytha Reis

Repórter / [email protected]

Publicado em 31 de julho de 2025 às 13:00

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Jamille Araújo, 29, era estudante de enfermagem e foi encontrada morta na noite de quarta-feira (30), no apartamento do companheiro, Thiago Gonçalves, em Ananindeua. Parentes contestam versão do namorado e dizem que ela sofria agressões há meses.

A morte de Jamille Araújo, de 29 anos, gerou forte comoção entre amigos e familiares da jovem, que cursava enfermagem e vivia em um condomínio na Avenida Mário Covas, em Ananindeua, na Grande Belém. O corpo dela foi encontrado no apartamento em que morava com o companheiro, Thiago Gonçalves, e as circunstâncias do caso levantaram suspeitas. Para a família, não há dúvidas: Jamille não cometeu suicídio.

Uma prima da vítima, que preferiu não se identificar, relatou ao Portal Roma News que Jamille vinha sendo ameaçada e agredida pelo companheiro há meses. “Tudo começou com uma agressão. Meu tio alertou ela a terminar o relacionamento. Ele empurrou ela, jogou o celular no chão e quebrou. Meu tio chegou a dizer que isso podia acabar em tragédia”, afirmou.

Ainda segundo a parente, Thiago isolava Jamille do convívio com amigos e familiares. “Ele tirou ela dos grupos que ela participava, gritava com ela dentro do apartamento. A gente ouvia. Ela foi ficando cada vez mais isolada”, contou.

Apesar do medo, Jamille chegou a se afastar do companheiro, mas, segundo a prima, as ameaças continuaram. “Ela trouxe as coisas de volta para casa, mas ele continuava perseguindo, ameaçando. A perícia disse que a cena do local estava alterada, tudo revirado, os móveis fora do lugar. Ela tinha hematomas pelo corpo. A gente acredita que ele tentou simular um suicídio”, relatou.

A versão da família contradiz o que teria sido relatado por Thiago à polícia. Segundo os parentes, foi a própria família quem acionou as autoridades após perder contato com Jamille. “Ele pegou ela do trabalho por volta de 13h, depois disse que não estava com ela. Já sabíamos que algo estava errado. Quando a perícia chegou, dois advogados já estavam no local. Ele estava frio, como se nada tivesse acontecido.”

A família acredita que as mensagens enviadas do celular de Jamille após o horário estimado da morte não foram escritas por ela. “A perícia confirmou que ela já estava morta de manhã. Então quem respondeu as mensagens? Ele apagou tudo do celular dela.”

Jamille será velada na Rua da Paz, no bairro do Mangueirão, em Belém. A mãe da jovem, segundo a família, está em estado de choque. “Ninguém sabe como consolar minha tia. Meu tio está desesperado. Só queremos justiça.”

Procurada, a Polícia Civil informou que o caso segue em investigação. Em nota, a Polícia Científica do Pará não confirmou oficialmente se a cena foi alterada.