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Publicado em 15 de julho de 2025 às 10:34
Um mês após a Petrobras anunciar a primeira redução do ano no preço da gasolina nas refinarias, os consumidores do Pará seguem pagando mais caro pelo combustível. É o que aponta um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).>
A estatal havia anunciado, no dia 3 de junho, um corte de R$ 0,16 por litro, equivalente a 5,6%, reduzindo o preço médio nas refinarias de R$ 3,01 para R$ 2,85. A expectativa era de que a redução fosse repassada aos consumidores nas bombas. No entanto, o que se observou foi o contrário: no Pará, o preço médio subiu para R$ 6,27 entre os dias 1º e 14 de junho, representando uma alta de 0,16%.>
Diferença de mais de R$ 1,50 entre postos>
Ainda segundo o Dieese, o Pará ocupa o 13º lugar entre os estados com os preços mais altos da gasolina. O valor médio do litro variou entre R$ 5,59 e R$ 7,15, o que representa uma diferença de mais de 30% entre os postos mais baratos e os mais caros do estado.>
O órgão destaca que, embora fatores como logística e margem de lucro influenciem nos preços, essa variação acentuada levanta dúvidas sobre a transparência dos repasses e a concorrência no setor de combustíveis.>
Belém também sente no bolso>
Na capital paraense, os combustíveis seguem em tendência de alta, segundo análise do Dieese/PA com base em dados da ANP. No período de 29 de junho a 5 de julho, os preços médios praticados foram os seguintes:>
• Gasolina: R$ 6,34 (alta de 1,3%)>
• Etanol: R$ 4,79 (queda leve de 0,2%)>
• Diesel: R$ 5,99 (queda de 2,3%)>
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta é ainda mais expressiva:>
• Etanol subiu 6,9%>
• Gasolina aumentou 6,6%>
• Diesel teve reajuste de 4,5%>
Com exceção do etanol, todos os combustíveis subiram acima da inflação acumulada de 5,35% nos últimos 12 meses.>
AGU investiga preços e novo aumento de etanol vem aí>
Em nível nacional, a ANP registrou que, mesmo com o corte da Petrobras, o preço médio da gasolina nos postos permanece praticamente estável, girando em torno de R$ 6,23 nas últimas semanas — apenas R$ 0,04 abaixo do valor praticado antes da redução nas refinarias.>
A Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada para investigar se os postos e distribuidoras estão se apropriando da margem de corte, sem repassar os benefícios ao consumidor final.>
Além disso, a mistura obrigatória de etanol na gasolina subirá de 27% para 30% a partir de agosto, o que pode impactar novamente os preços nas bombas.>