Publicado em 16 de outubro de 2025 às 14:52
Após 17 anos desaparecido, um livro raro do século XVII foi devolvido ao Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. A obra, escrita em latim e publicada em 1658, foi localizada em Londres e foi entregue oficialmente nesta sexta-feira (17) pela Polícia Federal.>
O exemplar, intitulado “De India utriusque re naturali et medica”, é do médico e naturalista holandês Guilherme Piso. Publicado pelo editor Louis Elsevier, o livro é considerado uma das preciosidades do acervo do Museu Goeldi, a terceira obra mais antiga da coleção, atrás apenas de títulos datados de 1554 e 1628.>
A cerimônia de devolução ocorreu às 10h, no Salão de Leitura da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, no Campus de Pesquisa do Museu, em Belém. Participaram o diretor do Museu, Nilson Gabas Júnior, a chefe substituta da Biblioteca, Sônia Dias, e as curadoras de obras raras Berenice Bacelar e Geisa Dias. Representando a Polícia Federal, estarão os delegados Cledson Silva, Fernando Casarin e Marco Smith, que apresentarão detalhes da investigação que levou à recuperação.>
O livro integra uma lista de 60 obras furtadas do Museu em 2008. Desde então, apenas cinco foram recuperadas, localizadas em países como Argentina, Reino Unido e Estados Unidos.>
Fundado há mais de 150 anos, o Museu Paraense Emílio Goeldi abriga cerca de 350 mil exemplares em sua biblioteca, sendo 4 mil considerados raros. Após o furto, a instituição reforçou a segurança do acervo, inaugurando em 2018 uma sala-cofre com portas camufladas, câmeras e controle de acesso por identificação digital, financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O espaço tornou-se referência nacional em preservação patrimonial.>
A Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna é referência científica nas áreas de Antropologia, Arqueologia, Botânica, Ecologia, Linguística e Zoologia. Seu acervo inclui livros, periódicos, filmes, mapas e microfilmes, compondo uma das coleções científicas mais antigas e valiosas do país.>
Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).>