Operação Reconecta: Polícia Civil devolve 200 celulares roubados a vítimas em Belém

A manhã desta sexta-feira (23) foi de reencontros inesperados e muita emoção no auditório da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Belém. Ali, cerca de 200 pessoas voltaram para casa com os celulares que haviam perdido para o crime, em episódios de furto ou roubo ocorridos entre janeiro e maio deste ano. A ação faz parte da Operação Reconecta, conduzida pela Delegacia Especializada em Recuperação de Dispositivos Móveis (DERDM), que tem se consolidado como uma peça-chave na luta contra o comércio ilegal de aparelhos eletrônicos no Pará.

A estratégia, simples e eficiente, começa com um passo fundamental: o registro do boletim de ocorrência. Segundo a delegada Fernanda Maués, titular da DERDM, é a partir daí que a polícia consegue rastrear e recuperar os celulares. “A vítima precisa fornecer o máximo de informações possíveis: marca, modelo e, principalmente, o número do IMEI — que é como se fosse o CPF do aparelho. Com isso e a nota fiscal, conseguimos identificar e localizar o bem”, explicou.

Criada em outubro de 2024, a Delegacia Especializada é a primeira no estado voltada exclusivamente à recuperação de dispositivos móveis. Em pouco mais de sete meses de operação, já conseguiu devolver mais de 600 aparelhos aos legítimos donos — um número expressivo que reflete o aumento de 36% nas restituições em comparação com o ano passado, segundo a Polícia Civil.

Entre os celulares devolvidos nesta sexta, estava o da vendedora Janice Narda. Ela teve o aparelho furtado em 2023 e, mesmo pagando as parcelas, achava que nunca mais o veria. “Quando recebi a intimação da polícia, achei que fosse engano. Foi uma alegria enorme saber que era verdade. Estou muito feliz”, contou.

Além de devolver os aparelhos, a Polícia Civil também aproveitou a oportunidade para alertar sobre os riscos da receptação. Comprar celulares de origem duvidosa, especialmente pela internet, pode colocar o consumidor na mira da Justiça. “É crime adquirir ou revender um bem furtado. A pena pode variar de 1 a 8 anos de prisão, dependendo do caso”, alertou a delegada Fernanda.

O delegado-geral da PCPA, Benassuly, destacou o impacto social da Operação Reconecta. “Essas pessoas foram vítimas e muitas vezes perderam bens que compraram com muito esforço. Ver a alegria no rosto delas ao receber de volta o que é seu é a maior recompensa. Estamos aqui para garantir que a justiça seja feita e que a sociedade paraense se sinta mais segura”, afirmou.

Com operações como essa, a Polícia Civil do Pará mostra que tecnologia, investigação e empatia podem caminhar juntas na missão de combater o crime e devolver às vítimas algo mais valioso do que um celular: o sentimento de justiça.

Com informações: Agência Pará