Órgãos públicos cobram suspensão das remoções forçadas de pessoas em situação de rua de Belém

Órgãos cobram explicações sobre operação que retirou moradores das margens do canal da Quintino Bocaiúva.

Publicado em 4 de julho de 2025 às 15:41

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Foto reprodução  Crédito: MPF

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) emitiram uma recomendação conjunta e urgente à Prefeitura de Belém, solicitando a suspensão imediata das ações de remoção forçada de pessoas em situação de rua e do recolhimento compulsório de seus bens e pertences.

O documento foi assinado pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no Pará, Sadi Flores Machado, e pelo promotor de Justiça de Defesa do Cidadão, Firmino Araújo de Matos, após uma operação recente da Prefeitura que, com apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, retirou pessoas que viviam às margens do canal da travessa Quintino Bocaiúva, no centro da capital.

Segundo o MPF e o MPPA, a ação contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe esse tipo de intervenção. A medida cautelar, válida para todos os municípios, veda expressamente o recolhimento forçado de pertences e a remoção compulsória de cidadãos em situação de rua — salvo em casos de risco ou mediante decisão judicial fundamentada.

Os órgãos classificaram a conduta da Prefeitura como uma “estratégia de higienização social” e criticaram a ausência de políticas públicas estruturadas para lidar com a situação de vulnerabilidade. A recomendação ainda ressalta que a gestão municipal descumpriu compromissos assumidos em abril deste ano durante reunião com o MPF, o MPPA e as Defensorias Públicas da União e do Estado.

O Roma News entrou em contato com a Prefeitura de Belém e aguarda mais informações sobre o caso.