Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 7,6 bilhões na economia do Pará em 2025

Estimativa do DIEESE aponta que pagamento do benefício até 20 de dezembro vai impulsionar o consumo de fim de ano e ajudar famílias paraenses a quitar dívidas.

Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 13:21

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 7,6 bilhões na economia do Pará em 2025
Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 7,6 bilhões na economia do Pará em 2025 Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Com a proximidade do pagamento da segunda parcela do 13º salário, prevista para ocorrer até o dia 20 de dezembro, a economia do Pará deve receber um reforço expressivo de recursos, impulsionando o consumo de fim de ano e auxiliando na quitação de dívidas das famílias. Segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (DIEESE/PA), o 13º salário de 2025 deve injetar cerca de R$ 7,6 bilhões na economia estadual, considerando o total das duas parcelas.

O montante beneficiará aproximadamente 2,3 milhões de pessoas em todo o estado, entre trabalhadores formais dos setores público e privado, empregados domésticos com carteira assinada, aposentados e pensionistas. A segunda parcela é considerada a mais relevante para o orçamento familiar, pois nela incidem descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda, além de possíveis ajustes salariais decorrentes de dissídios coletivos ou progressões funcionais.

Mesmo com os descontos, o volume de recursos tende a aquecer principalmente os setores de comércio e serviços, tradicionalmente mais movimentados neste período do ano. Supermercados, lojas de vestuário, calçados e serviços diversos estão entre os segmentos mais beneficiados com a circulação desse dinheiro.

No cenário nacional, o DIEESE estima que o pagamento do 13º salário em 2025 movimentará cerca de R$ 369,4 bilhões, o equivalente a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, alcançando aproximadamente 95,3 milhões de beneficiários.

No Pará, os dados apontam que cerca de 1,46 milhão de trabalhadores assalariados dos setores público e privado receberão o benefício, além de cerca de 30 mil empregados domésticos com carteira assinada e aproximadamente 838 mil aposentados e pensionistas do INSS. O valor médio geral do 13º salário no estado foi estimado em R$ 2.958,74, desconsiderando os beneficiários dos regimes próprios estadual e municipal.

Entre os trabalhadores assalariados do setor público e privado, o valor médio do benefício chega a R$ 3.832,92. Já os empregados domésticos com carteira assinada devem receber, em média, R$ 1.851, enquanto aposentados e pensionistas do INSS no Pará têm valor médio estimado em R$ 1.474,69.

De acordo com a avaliação do DIEESE/PA, uma parcela significativa dos recursos liberados com a segunda parcela do 13º salário deverá ser direcionada para a quitação ou redução de dívidas, como cartão de crédito, cheque especial e financiamentos. A medida contribui para aliviar o endividamento das famílias paraenses, ao mesmo tempo em que mantém o consumo característico das festas de fim de ano.

Apesar de uma leve melhora nos indicadores financeiros, o endividamento ainda preocupa. Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Fecomércio Pará em parceria com a CNC, apontam que 18,7% dos consumidores no estado estavam com contas em atraso em novembro de 2025, o que representa cerca de 1,4 milhão de paraenses em situação de inadimplência.

Diante desse cenário, o pagamento da segunda parcela do 13º salário segue desempenhando papel estratégico na economia paraense, reforçando a circulação de renda, ajudando na reorganização financeira das famílias e contribuindo para a movimentação econômica em um dos períodos mais importantes do ano.