Publicado em 8 de setembro de 2025 às 13:57
Nos últimos dez anos, o Brasil contabilizou 45.511 internações por envenenamento em emergências do SUS. E, dentro desse cenário, o Pará aparece como o estado mais afetado da Região Norte, com 2.047 registros, o que representa mais da metade dos 3.980 atendimentos realizados em toda a região no período. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).>
Embora o Sudeste concentre a maior parte dos casos do país (mais de 19 mil), o levantamento revela que o Norte enfrenta desafios próprios, sobretudo no acesso fácil a pesticidas e produtos químicos usados na zona rural e em comunidades tradicionais, que acabam aumentando o risco de intoxicações.>
Intoxicações propositalmente causadas>
O estudo também apontou que o Pará está entre os estados com maior número de intoxicações intencionais ou causadas por terceiros: foram 295 ocorrências, colocando o estado em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo (754) e Minas Gerais (500).>
A título de comparação, em todo o Norte foram 435 casos intencionais, o que significa que o Pará responde sozinho por mais de 67% das ocorrências da região.>
Perfil das vítimas>
Assim como no restante do Brasil, no Pará os adultos jovens (20 a 29 anos) e as crianças pequenas (1 a 4 anos) aparecem entre os mais vulneráveis aos envenenamentos. Além disso, os homens são as principais vítimas, repetindo a tendência nacional.>
Problema silencioso>
Segundo a Abramede, os números reforçam a necessidade de fortalecer a fiscalização do comércio de substâncias tóxicas, além de políticas públicas específicas para o Norte, onde o contato com pesticidas, raticidas e até mesmo alimentos adulterados em contextos de conflitos familiares são apontados como fatores de risco.>
Casos recentes no Norte>
Nos últimos meses, episódios de grande repercussão mostraram como o problema se manifesta em diferentes regiões do país. Em abril deste ano, um caso de açaí adulterado em Natal (RN) levou à morte de uma bebê de 8 meses e deixou uma mulher em estado grave, situação que chamou atenção por lembrar o consumo diário de produtos típicos da Região Norte, onde o açaí é parte da rotina alimentar.>
Com informações da Agência Brasil>