Publicado em 29 de maio de 2025 às 10:55
O que acontece quando um estilo musical cheio de energia, batidas eletrônicas e gírias paraenses invade um dos maiores eventos culturais de São Paulo? Foi isso que se viu na última edição da Virada Cultural, no final de semana passado, quando a aparelhagem Tudão Crocodilo, diretamente de Belém, se apresentou para o público paulista, e o encontro entre culturas gerou comentários e comparações nas redes sociais.
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O choque de estilos foi inevitável. Enquanto os DJs paraenses Gordo e Dinho Pressão lançavam os hits marcantes do Rock Doido, os paulistas pareciam ainda entender o ritmo e a proposta da festa.
“Eles nem sabem o que é 'dalhe sal'”, comentou um usuário em uma publicação no TikTok, em referência a uma das expressões típicas do público paraense durante os shows. Outro brincou: “Na hora da música indiana, ninguém gritou ‘manda essa p*** pra cá’!”.>
Apesar do estranhamento, o balanço foi positivo. Muitos paulistas elogiaram o som e reconheceram a potência cultural da aparelhagem paraense. “Cê loko, achei o rock doido do Pará top demaissss”, escreveu um espectador em uma publicação no Instagram da Virada Cultural. >
Rock Doido no Pará x Rock Doido em SP>
No Pará, os eventos de Rock Doido costumam reunir multidões que já sabem cada passo, cada grito e cada batida. O envolvimento é total: do figurino até os gritos de guerra, tudo é parte de uma experiência coletiva que mistura música, identidade e tradição. >
Já em São Paulo, onde o público ainda está conhecendo o estilo, o clima foi mais de curiosidade do que de entrega. Mas como toda boa cultura popular, o Rock Doido tem potencial para conquistar corações por onde passa, mesmo que seja um passo de cada vez.>
A presença da Tudão Crocodilo em um palco de destaque na Virada Cultural é mais uma prova de que o som das aparelhagens está ultrapassando fronteiras e ganhando reconhecimento nacional. E se os paulistas continuam aprendendo a curtir, os paraenses estão prontos para ensinar.>