Paraense desenganado por médicos vence o câncer e é coroado 'Príncipe de Itajaí' aos 82 anos

A história de Miguel Ribeiro, um senhor de 82 anos nascido em Mocajuba, no interior do Pará, é um daqueles relatos que parecem escritos pelo próprio destino para emocionar e inspirar. Após receber um diagnóstico terminal de câncer de próstata enquanto vivia em Belém, o paraense ouviu dos médicos que teria, no máximo, seis meses de vida. Ele não apenas sobreviveu ao prazo, já se passaram dez anos, como agora brilha em outra região do país, onde foi reconhecido por sua força e exemplo.

Hoje morador de Itajaí, em Santa Catarina, Miguel transformou dor em recomeço. Ainda em Belém, quando sua saúde se agravou, a recomendação médica foi clara: ele deveria se mudar para o Sul, aonde grande parte da família já residia. “O médico disse que ele precisava estar perto dos filhos. Mal sabíamos que aquele conselho seria o início de uma nova vida”, relembra emocionada a filha Odacinda Tavares.

Entre sessões de tratamento, lembranças da esposa falecida e os dias difíceis enfrentando a doença, Miguel encontrou acolhimento e alegria no convívio com a família. Frequentador da Creche dos Idosos, foi incentivado a participar do concurso do “Mais Belo Idoso de Itajaí”, realizado durante o aniversário da cidade no último dia 16.

E foi nesse palco simbólico que ele viveu mais uma vitória. Com carisma, sorriso no rosto e um brilho de esperança no olhar, Miguel foi eleito Primeiro Príncipe de Itajaí, encantando jurados, participantes e o público presente. “Ele nunca imaginou que ganharia, nem a gente. Ver as pessoas felizes por ele é um presente que não tem preço”, conta Odacinda.

Para a família, cada dia ao lado de Miguel é um milagre. “Meu pai é um exemplo de caráter, de superação. Onde ele chega é bem recebido, é querido. Ter ele vivo hoje é uma vitória gigante”, completa a filha, com a voz embargada de emoção.

A trajetória do paraense Miguel Ribeiro é uma lição de coragem e fé. De um diagnóstico cruel em Belém à consagração em Itajaí, ele mostra que o tempo pode ser generoso com quem insiste em viver. Porque, no fim, quem decide se render ou seguir em frente não são os prognósticos, é o coração.